Como fazer sermão estrutrurado
COMO FAZER UM
SERMÃO ESTRUTURADO
Versão 3 .
Autor: Douglas Borges Dias de Souza
E.mail: advogado.borges@bol.com.br
INTRODUÇÃO
E |
STA é uma opção de estudo para auxiliar aqueles irmãos que estão iniciando na pregação na Igreja e até mesmo os que, mesmo já tendo alguma experiência, queiram aprimorar-se no tema. Em nossas visitas às IASD, temos sentido sempre a necessidade dos irmãos de novos pregadores e a falta de material prático, por isso procuramos torná-lo o mais didático possível, porque o que faltam não são pregadores, mas irmãos que saibam um mínimo de técnica para desenvolver seus dons. A verdade é que todos sempre terão algo lindo para falar sobre sua experiência com Deus.
Este estudo não visa esgotar o assunto, apesar de não se ater à simples fórmula de fazer sermão, porque o Autor entende que sermão não é apenas a leitura da Palavra de Deus, os comentários sobre ela e o porte do pregador, mas todo o culto, desde a recepção até a despedida da Igreja, a forma dos adoradores se portarem e outros detalhes mais. Deus é um Deus de detalhes. A natureza é diversificada e cheia de detalhes, foi criada por um Deus de detalhes. O culto deve ser a representação desse Deus e imprimir nos ouvintes a necessidade de salvação. Imagine uma briga de irmãos pouco antes de iniciar a palavra pelo pregador. Seja lá o que o pregador falar, as visitas irão levar a imagem da igreja atrelada àquela briga. Logo, todo o culto faz parte do sermão. Tudo tem de ter ordem e deve fazer parte minuciosa da adoração.
O Pregador deve sentir a grande responsabilidade que é subir ao púlpito. Ali é um lugar sagrado e deve ser visitado por homens separados para a grande missão da pregação do Evangelho Eterno. Grave bem, não é de qualquer evangelho é do Evangelho Eterno.
Outras fontes certamente deverão ser consultadas para um mais amplo aprendizado, mas esperamos que o objetivo de subsidiar a experiência do leitor seja alcançado com a graça de Deus e que Ele possa lhe abençoar nessa sagrada missão.
Se o irmão teve conhecimento deste estudo, não o guarde para si, tire cópias e o divulgue com os demais irmãos da igreja.
Até lá irmão, quando nos conheceremos pessoalmente.
Douglas Borges Dias de Souza
MAS LEMBRE-SE, SEMPRE e SEMPRE: Todo Pregador deve ter um encontro com Jesus antes de pregar e deverá sempre pregar como alguém que teve um encontro com Jesus.
ÍNDICE
Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
- O Primeiro Conselho - Da Pregação e da presença de Deus. . . 5
- Da escolha do Tema e das formas de montar o Sermão. . . . . . . 5
Algumas formas de Montar Sermão:
2.1 – Partindo do tema para o Sermão.
2.2 - Partindo de uma Passagem Bíblica para o Sermão.
2.3 - Partindo de um Hino para um Sermão.
2.4 - Partindo de Uma Experiência para um Sermão.
2.5 - Partindo de uma Notícia de Jornal.
2.6 - Temas de Acordo com a Época.
- Do desenvolvimento do Tema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7
3.1 – Da Introdução no Sermão.
3.2 - Devemos mencionar o Nome/Título do Sermão ou não?
3.3 - Use preferencialmente uma experiência de sua vida.
3.4 - Quantos Textos Bíblicos devem ser usados?
3.5 - Use sempre um ou mais textos do Espírito de Profecia.
3.6 - Do tempo disponível.
3.7 - Do registro da Pregação.
- Da finalização do Tema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
- Belos discursos ou Como Salvar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
5.1 – O vocabulário condizente.
5.2 - Temas polêmicos.
5.3 - Sempre prontos para registrar um tema.
5.4 - Registrar o Texto Bíblico.
5.5 - Da Ênfase.
5.6 - Selecionar e colecionar textos.
5.7 - Quanto tempo deve-se levar para construir um sermão?
5.8 - Pregador um eterno estudioso.
5.9 - “Ide e Pregai”.
5.10 – O momento do Apelo.
- Exemplos de Temas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14
- Temas de Eventos Fixos: Casamento, Enterro, etc. . . . . . . . . . . 15
- Temas Educacionais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
- Fontes para Sermões. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
- Tudo faz parte do culto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
10.1 – Como se vestir e como se portar.
10.2 – A escolha do hino inicial e final.
10.3 – Converse com quem irá apresentar o Cântico.
10.4 – Tenha a seqüência do culta em pequeno papel.
10.5 – Saiba os nomes dos que estão na plataforma.
10.6 – Se cair o sermão no chão.
10.7 – Se faltar energia elétrica.
10.8 – A dentadura do pregador caiu.
10.9 – Cacófatos.
10.10 – A oração final.
- E se for interrompido por alguém . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . 19
11.1 – Seja sempre educado.
11.2 - ... Não deixe desviar o tema central.
- Cuidados Especiais: Onde colocar a mão? . . . . . . . . . . . . . . . . .20
12.1 – Onde devo colocar a mão?
12.2 – O cuidado com o porte.
12.3 – O cuidado com a respiração.
12.4 – Como usar um quadro-negro.
12.5 – O uso de tecnologias.
12.6 – Para onde olhar.
12.7 – A Bíblia que fica sobre o Púlpito.
- O artigo do Pastor Timm. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
- Esboço de Sermão Estruturado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
- Ocasiões Especiais Requerem Pequenos Sermões. . . . . . . . . . . .23
- Como abordar temas de difícil desenvolvimento. . . . . . . . . . . . .23
- A Pregação do Evangelho Eterno. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24
- Um Sermão é a Oportunidade de Salvação de Alguém. . . . . . . . 25
Apêndices A a F. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26
1 – O PRIMEIRO CONSELHO - DA PREGAÇÃO E DA PRESENÇA DE DEUS .
O sermão é sempre uma oportunidade de decisão e salvação de alguém, mesmo que a decisão não seja integralmente ali e seja posterior, o teu sermão, irmão, fará parte dela. O sermão não inicia quando você o faz ou mesmo começa a falar no púlpito, ele inicia com a tua vida fora da igreja. Continua quando você chega na igreja e quando você ora pedindo a direção do Criador e a presença de Seu Santo Espírito. Ali você estará representando a mensagem do próprio Deus. Prepare-se para ser um instrumento de conversão de pessoas. É muita responsabilidade, mas nunca deverá ser recusada, pois também faz parte do seu enriquecimento espiritual, pois toda vez que pregamos, pregamos para os que nos ouvem e, acima de tudo, para nós mesmos.
A primeira lição que devemos aprender está em Patriarcas e Profetas, página 252, onde a irmã Ellen G. White descreve como deve se comportar quem vai à presença de Deus:
“´E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus.´ Gên. 28:17. A humildade e a reverência devem caracterizar o comportamento de todos os que vão à presença de Deus. Em nome de Jesus podemos ir perante Ele com confiança; não devemos, porém, aproximar-nos dEle com uma ousadia presunçosa, como se Ele estivesse no mesmo nível que nós outros. Há os que se dirigem ao grande, Todo-poderoso e santo Deus, que habita na luz inacessível, como se se dirigissem a um igual, ou mesmo inferior. Há os que se portam em Sua casa conforme não imaginariam fazer na sala de audiência de um governador terrestre. Tais devem lembrar-se de que se acham à vista dAquele a quem serafins adoram, perante quem os anjos velam o rosto. Deus deve ser grandemente reverenciado; todos os que em verdade se compenetram de Sua presença, prostrar-se-ão com humildade perante Ele, e, como Jacó, ao contemplar a visão de Deus, exclamarão: ´Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus; esta é a porta dos Céus.´”
2 – DA ESCOLHA DO TEMA, DA MEDITAÇÃO E DAS FORMAS DE MONTAR O SERMÃO, SEMPRE SOB A ORIENTAÇÃO DIVINA.
A importância do Tema a ser desenvolvido é primordial e não deverá ser mudado no decorrer do sermão. Do início ao fim, o tema deverá ser um só.
Estude muito a Palavra de Deus. Quando souber ou não souber sobre o que falar peça ajuda ao Deus da Palavra, deixe o Espírito de Deus inspirá-lo. Medite bastante. O irmão verá o milagre da mensagem acontecer.
A escolha pode partir de uma experiência sua ou de alguém conhecido (evite contar histórias que não se tem certeza de ser real), de um hino, de um trecho bíblico. Sempre é melhor partir da base do sermão para o tema do que do tema para o sermão.
Não use temas do tipo “você vai morrer no fogo do inferno”. Muito cuidado com este tipo de sermão persuasivo. Vide o capítulo 5.2.
Sempre tenha alguns sermões já desenvolvidos dentro de sua Bíblia. Nunca tenha vergonha de copiar bons sermões que os irmãos ouçam na igreja, eles servirão para outras ocasiões.
Veja a seguir, ALGUMAS FORMAS DE MONTAR O SERMÃO:
2.1 - PARTINDO DO TEMA PARA O SERMÃO. Escolha o tema a ser pregado. Pesquise as passagens bíblicas a serem usadas, acrescente uma experiência e um texto do Espírito de Profecia, monte o sermão conforme a seqüência do item “14” desse estudo. Como exemplo, veja um sermão feito sob o tema escolhido: “Três grandes verdades para nossos dias”, no Apêndice A.
2.2 - PARTINDO DE UMA PASSAGEM BÍBLICA PARA O SERMÃO. Igualmente, escolha uma passagem bíblica ou uma história bíblica e desenvolva conforme o item “14” desse estudo. Como exemplo, veja um sermão cuja passagem escolhida foi Jeremias 35, onde narra a linda história dos Recabitas, no Apêndice B.
2.3 - PARTINDO DE UM HINO PARA UM SERMÃO. Os hinos do Hinário Adventista do Sétimo Dia trazem sempre uma passagem bíblica vinculada, o que facilita em muito para começar o sermão.
Como exemplo, hino escolhido: 304 – “VÊEM OS OUTROS CRISTO EM TI?”.
Passagem Bíblica: II Coríntios 3:2-3.
Vide Apêndice C.
2.4 – PARTINDO DE UMA EXPERIÊNCIA PARA UM SERMÃO. Procure sempre contar experiências que tenham fontes seguras, se não souber se é verdadeira, por mais interessante e bonita que seja, dê preferência à outra que seja de fonte segura. Tire uma lição da experiência e busque passagens bíblicas e textos da irmã White para enquadrar no assunto.
Muito cuidado com aquelas relações de experiências que são oferecidas para ilustração de diversos tipos de sermões. Muitas das histórias ali apresentadas podem não ser verdadeiras. Nesse caso, isso se constitui em “fogo estranho”. Deus não é um Deus de mentirinhas, por mais bem intencionadas que sejam. Só use histórias verdadeiramente comprovadas. Lembre-se sempre que o Espírito Santo é que dirigirá o sermão e não se esqueça de NÚMEROS 3: 4 - ”Mas Nadabe e Abiú morreram perante o Senhor, quando ofereceram fogo estranho perante o Senhor no deserto de Sinai, e não tiveram filhos; porém Eleazar e Itamar administraram o sacerdócio diante de Arão, seu pai”.
Alguns podem até invocar o fato de que Cristo contou várias parábolas, mas eu prefiro me manter na posição de que histórias têm de ser verdadeiras para serem contadas num sermão. O que está em jogo é muito precioso. Vide o tópico 3.3.
As experiências, para facilitar, podem ser divididas em três tipos:
Tipo A – Muito espiritual – Experiências que aconteceram e trazem uma grande lição espiritual para toda a igreja, não sendo algo comum. Como exemplo: Na IASD de Madureira (Rio de Janeiro) pregou um irmão da IASD de Freguesia-RJ, que é bombeiro e relatou que o incêndio que ocorreu na Igreja de Madureira e que ele foi convocado para apagar, o fez relembrar sua infância na Igreja e ele retornou para Deus – Pode ser feito um sermão sobre “Não há coincidência em casos espirituais.”;
Tipo B - Espiritual – Experiências que aconteceram e permitem à igreja meditar melhor sobre o tema;
Tipo C - Religiosa – Experiências reais que aconteceram e podem acontecer com qualquer outro irmão, mas ilustram o sermão.
Um sermão de Sábado, deverá sempre conter pelo menos uma experiência Tipo “A”.
Mesmo classificadas conforme acima, ainda podem ser divididas em experiências de impacto e não de impacto. Mas isso é só detalhe.
2.5 – PARTINDO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL. Tomando muito cuidado com as notícias de jornais e revistas. Uma vez o irmão João Barbosa fez um sermão intitulado “Notícias da terra e notícias do Céu.” onde desenvolvia o tema comparando as más notícias da terra e as boas notícias de uma nova terra renovada exaradas na Bíblia. Desde que eu ouvi esse sermão já devem ter passado mais de vinte e cinco anos e ainda me lembro muito bem. “Notícias da terra e notícias do Céu” foi um sermão que marcou muito em minha vida.
2.6 – TEMAS DE ACORDO COM A ÉPOCA (Vide item 7). Natal, Trabalho Missionário, Batismo, Funeral, Temas Infantis, Datas de Aniversários, etc. Nunca esquecendo de direcionar o sermão para a salvação em Cristo Jesus. Sempre encerre assim.
3 – DO DESENVOLVIMENTO DO TEMA – SEJA ORGANIZADO.
DEUS É UM DEUS DE ORDEM.
Um sermão deverá sempre responder a três questões:
1 – Qual o problema?
2- Como acontece? Sempre analisando do ponto de vista da salvação.
3- Qual a solução? Se não tiver solução não é um sermão é um problema..
3.1 DA INTRODUÇÃO NO SERMÃO. Bom Dia... Boa Tarde... Boa Noite. O ouvinte ainda não está vivenciando o tema a ser desenvolvido e quer ver uma pessoa educada e bem apresentável na sua frente. Nós nunca sabemos que tipos de pessoas estão nos ouvindo.
Alguns pregadores, na introdução, ainda procuram fazer referência a algum conhecido presente, o que é muito bom, pois cria um laço de amizade e familiaridade com a igreja local. Mas isso deverá ser muito rápido. O mais importante deve ter o maior tempo.
Nunca diga: “Me desculpem, fui chamado na última hora, não tive tempo de preparar o sermão bem.” Reserve o “me desculpe” para quando o irmão pisar no pé de alguém.
Sem ser hilário, não economize nessa hora o sorriso. O sorriso da felicidade de ter aquele privilégio de transmitir tão importante mensagem.
Em seguida, faça uma oração curta pedindo a benção de Deus para a leitura de Sua Palavra, mesmo com a Igreja sentada, leia o texto principal do sermão e inicie-o.
3.2 DEVEMOS MENCIONAR O NOME/TÍTULO DO SERMÃO OU NÃO? Alguns estudiosos aconselham a nunca dizer o nome ou título do que se vai falar. Evite dizer: Hoje vamos falar sobre o Tema tal. Mas insira o tema pelo menos três vezes no decorrer do sermão. É sempre melhor que o ouvinte conclua sobre que assunto está sendo pregado.
3.3 USE PREFERENCIALMENTE UMA EXPERIÊNCIA DE SUA VIDA. (Vide o tópico 2.4.) O tema pode partir de uma experiência de sua vida. Utilize os textos correlacionados e aplique na vida das pessoas. Relatar a própria experiência ou de algum familiar ou amigo é sempre muito bom por causa do enriquecimento de detalhes e a certeza de que a fonte é segura. Não arrisque contar histórias não verídicas que não tenha certeza de sua origem, Deus não é um Deus de mentiras. Ninguém é tão pobre de experiência que não tenha nada para contar.
O irmão Manoel André, experiente pedreiro, uma vez usou um exemplo em um sermão: Assim como numa construção, que muitos fazem parte durante um tempo e saem antes de terminar, outros a terminam, outros ficam todo o tempo, assim também é na obra de Deus. Esse irmão, depois desse sermão já foi o responsável direto pela fundação de três Igrejas Adventistas no município de Nova Iguaçu (RJ).
3.4 QUANTOS TEXTOS BÍBLICOS DEVEM SER USADOS? Da mesma forma que não se imagina um sermão sem texto bíblico (eu já assisti um), sermão com muitos textos se tornam enfadonhos e a maior parte dos textos devem ser transcritos para evitar a pesquisa na hora da leitura. Mas é sempre importante que um ou dois textos sejam lidos em conjunto com os ouvintes, e, se possível, alguém do público o leia.
No meu segundo sermão de minha vida, foi numa quarta-feira, falei sobre a fé. Como não sabia exatamente como estruturar um sermão, usei uma concordância bíblica e tirei todos os textos sobre fé que encontrei. O sermão foi na verdade só leitura da Bíblia. Acabava de ler um trecho, começava outro, com pequenos esclarecimentos. Hoje sabemos dar valor ao esforço dos irmãos que pregam com pouca experiência.
Mas também já fiz um sermão na Igreja do Méier sobre o Espírito Santo, só com passagens bíblicas. Selecionei todas as passagens importantes, dividi em capítulos e utilizei um retroprojetor com todas as passagens para evitar a procura de todos os textos, tendo escolhido apenas três passagens para que a congregação lesse diretamente da Bíblia. Foi um estudo com muitos textos bíblicos, mas que tinha que ser feito daquela forma. Mas, logo no início avisei como seria feito (vide cap. 12.5). Mesmo nesses casos alguma leitura diretamente da Bíblia deve ser feita.
3.5 USE SEMPRE UM OU MAIS TEXTOS DO ESPÍRITO DA PROFECIA. Não se devem levar textos extensos para serem lidos. Mas sempre lembre que o Espírito Santo pode dar outro direcionamento a esta questão.
Nunca se esqueça, são sempre importantes e esclarecedores os comentários do Espírito da Profecia, por isso todo sermão deve ter sempre citações da irmã Ellen G. White. Após a Bíblia é a maior fonte de informações religiosas disponível. Nós Adventistas do Sétimo Dia temos o privilégio de ter recebido tantos esclarecimentos através da serva de Deus, a irmã Ellen G. White (eu não tenho nenhuma dúvida sobre isso). Devemos usar sempre seus escritos.
3.6 DO TEMPO DISPONÍVEL. Bons sermões podem se tornar enfadonhos, se demorados. Nunca inicie atrasado, nunca ultrapasse o tempo determinado, a menos que sinta que é a vontade de Deus. Paulo pregou tanto que um irmão dormiu, caiu da janela e morreu, depois Paulo foi o instrumento de sua ressurreição.
Numa manhã de sábado, o sermão que foi pregado na Igreja Central do Rio de Janeiro, quando era localizada na Rua do Matoso, e que estendeu-se além do horário normal, foi providencial por Deus. Havia um pregador convidado de outra igreja. A poucos metros da igreja, no horário que habitualmente passariam os irmãos após o término do culto normal, caiu o viaduto Paulo de Frontin. Muitos perderam sua vida ali. Nenhum Adventista do Sétimo Dia. Eu estive lá na parte da tarde daquele sábado.
3.7 DO REGISTRO DA PREGAÇÃO. Todo sermão deverá ser anotado onde e quando foi pregado. O ideal é na própria folha do sermão, mas é sempre bom também ter uma anotação própria em outro local. Pregar um sermão repetido por falta de organização é muito triste.
4 – DA FINALIZAÇÃO DO TEMA
Tão importante quanto escolher o Tema é como finalizá-lo. A última frase a ser dita é que acompanhará o ouvinte necessitado. É nela que ele lembrará toda vez que recordar do sermão, por esta razão não fuja do tema central. Nunca faça anúncios ou reuniões, em nenhuma hipótese, após o término do sermão. Sempre que possível, conclua com uma experiência- impacto, que é aquela que sintetiza tudo que foi dito. Nunca diga “Já vou terminar”. Mesmo que olhe para o relógio, não chame a atenção para isso. Seja o último a falar e a encerrar. É essa impressão que será levada para casa.
5 – BELOS DISCURSOS OU COMO SALVAR QUEM PRECISA OUVIR.
De que adianta um sermão sobre o amor de Deus feito por alguém que não está sentindo o amor de Deus? Não seria o mesmo que cantar um hino triste sorrindo ou um hino alegre chorando? Um sermão não é para apresentar nossa intelectualidade, mas para salvar. Salvar para a vida eterna.
As pessoas não vêm à igreja para ouvir sermões somente, mas para receber uma resposta aos seus problemas, encontrar Deus. Deus deverá ser encontrado em seus sermões, irmão.
Uma pérola sagrada: Veja o que a irmã E. G. White diz em Obreiros Evangélicos, pág. 152:
“Os homens que assumem a responsabilidade de apresentar ao povo a palavra provinda da boca de Deus, tornam-se responsáveis pela influência que exercem em seus ouvintes. Se são verdadeiros homens de Deus, saberão que o objetivo de pregar não é entreter. Não é meramente fornecer informações, nem convencer o intelecto.
A pregação da palavra deve apelar para a inteligência, e comunicar conhecimento, mas cumpre-lhe fazer mais que isso. A palavra do pastor, para ser eficaz, tem de atingir o coração dos ouvintes. Não deve introduzir histórias divertidas na pregação. Cumpre-lhes esforçar-se por compreender a grande necessidade e anelo da alma. Ao achar-se perante sua congregação, lembre-se de que há entre os ouvintes pessoas em luta com a dúvida, quase em desespero, quase sem esperança; pessoas que, constantemente assediadas pela tentação, estão combatendo um duro combate contra o adversário das almas. Peça ele ao Salvador que lhe dê palavras que sirvam para fortalecer essas almas para o conflito contra o mal”.
5.1 O VOCABULÁRIO CONDIZENTE. Não precisamos usar palavras que poucos irão compreender. O nosso linguajar deve ser de acordo com o público. Se o público é mais sofisticado, podemos aumentar o nível do palavreado adequando-o, mas o mais importante é comunicar e comunicar o desejo de que Deus quer salvá-los. De que adianta um sermão lindo que todos esquecem ao sair, passa a ser mais um discurso do que um sermão. Sermão é para salvação e não para demonstrar nossa capacidade e nosso conhecimento. Paulo, que era muito culto, disse em Romanos 9: 19 a 22: “19. Pois, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos para ganhar o maior número possível: 20 Fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse eu debaixo da lei (embora debaixo da lei não esteja), para ganhar os que estão debaixo da lei; 21 para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. 22 Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns.”
Não é condizente com o lugar que se adora a Deus um linguajar chulo, com gírias, muito menos o uso de “né?”, “entendeu?”. Aprender a desenvolver um linguajar sem esses cacoetes é compreender que no público tem todo tipo de pessoas, inclusive aquelas que não estão habituadas a esses tipos de palavras.
Mas este é o mais importante ponto a ser considerado num pregador. Não é o fato de não ter o pregador a oportunidade de ter estudado que irá diminuir a importância de sua pregação. Deus não vê como o homem vê. Mas se podemos oferecer algo melhor para Deus, devemos estudar e aprimorar os nossos conhecimentos. Ele merece o melhor de nós.
5.2 - TEMAS POLÊMICOS. A Igreja não é lugar de se expor nossas próprias idéias ou idéias de outras pessoas que não coadunam com a doutrina. O manual da igreja diz na página 214: “Nenhum ministro, ancião de igreja ou outra pessoa tem o direito de fazer do púlpito um foro para defender pontos controversos de doutrina ou de procedimento. A Igreja não confere a pessoa alguma o direito de expor seus pontos de vista pessoais dessa maneira.”
Da mesma forma, não devemos usar o púlpito para falar mal de outras igrejas, mas se tivermos de abordar temas proféticos que fatalmente tem de ser citadas outras igrejas, devemos sempre lembrar-nos de que pode estar sentado alguém que pode ser ferido se não soubermos dosar as palavras. Deixe o convencimento com o Espírito Santo, evite magoar as pessoas agredindo as suas denominações. O Pastor Graciliano sempre diz uma coisa muito interessante: “Por que escolher a pior forma de falar, se há outras tantas formas melhores de se dizer a mesma coisa?”
5.3 - SEMPRE PRONTOS PARA REGISTRAR UM TEMA. Seja num sonho de noite, seja na condução, sempre temos de anotar imediatamente uma grande idéia. Daniel sonhou e imediatamente registrou o sonho (escreveu logo) para não esquecer os detalhes (Veja em Daniel 7: 1). (Não transcrevi o texto bíblico de propósito).
5.4 – REGISTRAR O TEXTO BÍBLICO no sermão, transcrevendo-o na íntegra e com a localização na frente, impede que haja equívocos de citação errada, mas, sempre lembrando, que mesmo que transcrito é importante que haja a procura para leitura direta da Bíblia por parte dos irmãos de alguns textos. Pode ser um texto no início e outro no final.
5.5 – DA ÊNFASE. Devemos pregar a uma pessoa só como se houvesse mil e devemos pregar a mil pessoas como se houvesse apenas uma. Em síntese, não se pode perder o entusiasmo apenas por ter um ouvinte e não se deve pregar a muitos sem perder a noção de que aquele sermão é para alguém que está ouvindo e que não sabemos quem é. Isso eu aprendi com o Pastor Rayol, que já dorme no Senhor.
5.6 – SELECIONAR E COLECIONAR TEXTOS. Não tenha pena de marcar sua Bíblia e os livros que forem lidos. Os textos mais importantes devem estar destacados. Pode ser um destaque na margem, embaixo (se pequeno texto) ou um colorido claro (tipo amarelo). Só cuidado para não marcar tanto que ninguém consiga lê-los mais. Na hora do sermão, mantenha todos os textos com pequenos papéis (marca-página) destacando a sua localização rápida na Bíblia e nos livros a serem lidos.
O pregador deve ser um “colecionador” de textos. Os principais textos da Bíblia, do Espírito de Profecia e textos históricos, devem sempre estar ao alcance para rápida localização. Texto do Espírito de Profecia para guardar, por exemplo: “Cristo aguarda com fremente desejo a manifestação de Si mesmo em Sua igreja. Quando o caráter de Cristo se reproduzir perfeitamente em Seu povo, então virá para reclamá-los como Seus”. E.G.White, Parábolas de Jesus, pág. 69.
5.7 – QUANTO TEMPO DEVE-SE LEVAR PARA CONSTRUIR UM SERMÃO? Um sermão pode levar uma vida toda, principalmente se ele conta a história de sua vida ou a de alguém. É sempre importante registrar todos os sermões que somos instados a fazer, completando-os no decorrer de nossa vida. Alguns serão feitos com mais rapidez, outros não terão prazo para terminar.
5.8 - PREGADOR, UM ETERNO ESTUDIOSO:
II Pedro 3: 18 – “antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. ...”
Paulo, em Romanos 12, versículo 7, enfatiza: “se ministérios, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina, esmere-se no fazê-lo.”
“Esmere-se”, diz Paulo. Pregar não é para demonstrar o cabedal de conhecimentos que temos, mas não devemos nunca deixar de estudar a verdade com o objetivo de salvar almas sedentes. Não precisamos conhecer a mentira para saber a verdade, basta saber a verdade bíblica. Falando sobre o esforço que temos de fazer para sempre obter mais luz, a irmã E. G. White declara em Obreiros Evangélicos, pág. 151 e 152:
“Nesta época de trevas morais, é preciso alguma coisa mais do que secas teorias para mover as almas. Os pastores devem manter ligação viva com Deus. Devem pregar como quem crê naquilo que diz. Verdades vivas, caindo dos lábios do homem de Deus, farão com que os pecadores tremam, e os convictos exclamem: O Senhor é meu Deus; estou resolvido a colocar-me inteiramente do lado do Senhor.
O mensageiro de Deus nunca deve deixar de esforçar-se por obter mais luz e poder. Ele deve lidar
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sempre, orar sempre, sempre esperar, por entre desânimos e trevas, decidido a adquirir um perfeito conhecimento das Escrituras, e a não ficar atrás em dom algum. Enquanto houver uma alma a receber benefício, ele deve avançar sempre com renovada coragem a cada esforço. Enquanto for verdade que Jesus disse: "Não te deixarei, nem te desampararei" (Heb. 13:5), e a coroa da justiça for oferecida ao vencedor, enquanto nosso Advogado interceder em favor do pecador, os ministros de Cristo devem trabalhar com esperançosa e infatigável energia, e perseverante fé”.
Nunca me esqueço, estava na estação de trem de Deodoro (Rio), quando o pastor da igreja de Nilópolis (não recordo o nome), desceu rápido as escadarias do lado oposto e sentando-se abriu um livro e ficou lendo, até que segui o meu caminho. Ele não me viu, nem soube que eu o observava. Todo pregador deve aproveitar as oportunidades para ler e aprender mais.
5.9 – “IDE E PREGAI...” Ser pregador do Evangelho é o único dom disponível para todos. Ninguém terá desculpa por não ter pregado a salvação. Dos quatro “T”, Tempo, Templo, Talento e Tesouro, o único que irá para a Nova Terra é o Talento. O tempo será eterno e não finito como o nosso atual. O templo, que é nosso corpo, será transformado. O tesouro daqui será destruído. Este é o maior privilégio entregue nas mãos dos seres humanos. Na Nova Terra é que teremos a verdadeira dimensão desse privilégio de participar na obra da salvação de almas neste mundo de pecado.
5.10 – O MOMENTO DO APELO. Este é o ápice de todo o culto. Todos têm um papel importante nesse momento sagrado. A igreja deverá estar em espírito de oração, as crianças junto aos pais, os diáconos a postos, todos contritos para que o Espírito de Deus fale aos corações. Não é o apelo uma responsabilidade só do pregador, mas de todos. O ideal é que seja feito sempre ao final, mas nada impede que sejam feitos pequenos apelos durante o sermão, principalmente se o pregador sentir que Deus quer que seja em determinado momento.
6 – EXEMPLOS DE TEMAS.
Crie seus próprios temas. Aqui estão algumas sugestões, observe que alguns são comparativos entre duas situações requerendo uma decisão de escolha dos ouvintes:
a) Trezentos de Gideão – Trezentos de Esparta – Histórias com fins diferentes.
b) Não se escolhe arrepender-se.
c) Noé, o pregador que não converteu ninguém.
d) Quanto mais dependentes de Deus, mais independentes do mundo.
e) A oportunidade de salvação pode estar ao lado.
f) O culto do eu sozinho. Prepare-se, no final será assim.
g) Heróis da Terra e Heróis do Céu – Só haverá eternidade para um grupo.
h) Notícias da terra, notícias do Céu ou Como medir o interesse no Céu estando ainda na terra.
i) Titanic e a arca de Noé, feitos para serem indestrutíveis. A diferença estava na direção divina.
j) Há caminhos mais fáceis do que o cristianismo. Por que escolher o cristianismo?
k) Uma coroa de espinhos para dar uma coroa de ouro.
l) A igreja não é lugar para buscar emoções (Veja MJ-106).
m) Um sermão para as cadeiras vazias. (Incentivo para preenchê-las).
n) Quase salvo, quase perdido. Duas histórias de homens ricos. Mat.19 e Lucas 19. (O jovem rico e o Cobrador de Impostos rico), no primeiro Jesus disse ser muito difícil o rico salvar-se, no segundo Ele hospedou-se na casa de Zaqueu, o rico que foi salvo. Foi fácil a salvação do segundo. A questão então não era a riqueza, mas a decisão.
- o) Leia a primeira visão da irmã E. G. White em Primeiros Escritos. Um sermão pronto.
p) “Lembra-te do dia de Sábado...” Deus sabia que os cristãos iriam esquecer.
7 - TEMAS DE EVENTOS FIXOS:
a) CASAMENTO – Um dos temas pode ser “O casamento em que Jesus compareceu”. Está lá em João Capítulo 2.
- Um outro tema pode iniciar por uma pergunta à Igreja e você mesmo respondendo: Qual foi a única coisa que Deus viu que não era boa na criação, durante a criação? Que o homem esteja só. Leia em Gênesis esta história antes de responder.
Desenvolvi este tema uma vez no aniversário de casamento de um casal da igreja. Ao final transcrevo parte deste sermão, no Apêndice E.
b) ANIVERSÁRIO – “Aniversário. Um presente de Deus para reconhecermos sua criação e manutenção de nossa vida”. O único lugar que a Bíblia menciona a palavra aniversário está em Marcos 6 – Herodes aniversariou e mandou cortar a cabeça de João Batista. Usou seu aniversário para fazer o mal. É a ocasião para perguntarmos o que Deus quer de minha vida. Ao inverso de Herodes, dizer para Deus que tudo quanto Ele pedir será feito por mim.
c) BATISMO – Eu era ancião na igreja de Nova Iguaçu e o Pastor Melquíades me convidou para fazer o sermão de um batismo no sábado à tarde. Mesmo que não se espere um tipo de convite desses, pois normalmente é o pastor que prega, não devemos deixar de ter desenvolvido um tema desses. Pode-se se falar de Maria e Marta (Lucas 10: 38) que escolheu a melhor parte. Do eunuco que Felipe encontrou viajando (Atos 8:26). Acrescentar a experiência da conversão de alguém de sua família ou mesmo de algum irmão que esteja na igreja. Usar um trecho da irmã White. Sempre finalizando com a decisão que deve ser tomada, evitando fazer apelo, pois o pastor o fará após o batismo.
d) SEPULTAMENTO- Uma vez me pediram para falar na hora de um enterro porque souberam que eu era crente. O falecido era pai de uma amiga de minha esposa. Eu não o conhecia. Sabia que era dono de um bar e vendedor de bebidas. Estavam presentes muitos dos bêbados (literais) que lá freqüentavam. O que dizer numa situação dessas? A saída é sempre dizer que todos têm o seu lado bom na vida. Todos têm qualidades. Um homem casado que trabalha para manter a sua família, que nunca mediu esforços para trazer o pão para dentro de casa, merece ser lembrado e respeitado na hora de seu funeral. Deus também trabalha incansavelmente para nossa salvação. Jesus disse que “Até agora Meu Pai trabalha.” A partir daí é só desenvolver o tema sem incidir em nada polêmico, como o estado do homem na morte (Só se sentir que é possível). Procure sempre uma qualidade da pessoa e a compare com o Nosso Deus. Evite falar muito, o importante é uma mensagem que fixe aquele momento em que as pessoas ali estão susceptíveis.
Hino para sepultamento: Exemplo- Hino 564 do Hinário Adventista do Sétimo Dia - Jamais se diz adeus ali (se for cristão).
Passagem para cristão que dormiu no Senhor: Apoc. 14:13.
e) HOMENAGENS – Não há nada de errado em reconhecer publicamente o que representa para uma comunidade, uma igreja ou para uma família alguém especial. Paulo diz em Romanos 13: 7: “Dai a cada um o que lhe é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.” A quem honra, honra. Irmãos idosos que deram suas vidas para a pregação do evangelho devem ser respeitados e lembrados seus feitos ainda em vida. Só se deve evitar que se torne uma homenagem fria como faz o mundo. Toda oportunidade deve ser aproveitada para a pregação do evangelho.
Em II Reis 13, Jeoás visitou Eliseu que estava à morte. Não era comum um rei visitar um profeta à morte. Foi uma homenagem em vida.
Em Mateus 23: 29 e 30, Jesus fala da hipocrisia dos fariseus que homenageavam os profetas depois de mortos, mas em vida não deram a mínima importância para os servos de Deus.
Este capítulo me lembra um dos maiores pregadores que já conheci em toda minha vida. O irmão Moacir Nery de Almeida. Um dia, ele pregando sobre o perdão, disse: Tem de ser muito cristão para confessar um pecado e pedir perdão ao irmão, mas tem de ser muito mais cristão para perdoar. Esse irmão já dorme no Senhor aguardando a bendita esperança.
Lembro-me também do Pastor Penido Lobo Barbosa, também já dorme no Senhor. Diferentemente do irmão Moacir, um dos poucos Pastores que não tinha o dom de pregador. Mas era tão visitador, juntamente com sua esposa Volga, que quando ia pregar numa igreja, a igreja enchia. Um pastor que deixou muitas saudades nos campos onde passou. Os anjos do Senhor guardam o corpo deste bendito servo de Deus.
8 – TEMAS EDUCACIONAIS:
Fiz um sermão em que iniciei com o texto de Gênesis cap. 1, versículo 1, em vários idiomas, finalizando em inglês. Todos ficaram olhando eu falar, porque só dei bom dia depois de ter lido aqueles textos incompreensíveis para muitos. Em seguida li o texto em português. Todos compreenderam. Expliquei que os textos lidos eram todos o mesmo, só que nos diversos idiomas. Era proposital, pois queria demonstrar que a mesma coisa pode ser dita sem ter tido a devida comunicação. Expus o que era comunicação, falei das diversas técnicas utilizadas na mídia, esclareci o perigo que estamos expostos ao ler, ver e ouvir, que segundo a Palavra são as “entradas da alma”. Foi um sermão sobre a comunicação. Da mesma forma, fiz outro sermão sobre a depressão. Todos sermões técnicos e educacionais. Mas sempre tomando o cuidado de não ficar só na parte técnica, lembrando que é um sermão para salvar e sempre é bom pedir para um profissional da área dar uma olhadinha naquilo que será falado. Se nós não somos profissionais daquela área, nada nos impede de falar, desde que não receitemos remédios como médico, não estabeleçamos parâmetros comportamentais como psicólogo e não nos posicionemos como profissional qualificado quando não o somos. Tudo pode também ser suprido com citações técnicas não questionáveis.
9 - FONTES PARA SERMÕES:
Uma grande fonte de informações pouco usada é o nosso Manual da Igreja, as lições antigas da Escola Sabatina, as Revistas Adventistas. O livro Desejado de Todas as Nações, Atos dos Apóstolos, O Grande Conflito e outros mais da irmã White que são verdadeiros sermões prontos.
- Faça sempre do sermão uma oportunidade também para ensinar trazendo conhecimentos escolares e curiosidades, nunca perdendo de vista o teor religioso que deve ser enfocado acima de tudo.
– Fontes para utilização do Tema.
Textos da Bíblia Sagrada, livros, jornais, experiência própria (evite sempre que possível contar histórias não comprovadas). A internet hoje é uma inesgotável fonte de informações. Visite o site www.advir.com.br/sermões.
10 – TUDO FAZ PARTE DO CULTO:
Tudo é parte do culto (cada detalhe). Pode ser esta a última oportunidade de alguém ouvir. Não faça sermão sem compromisso. As pessoas têm de sentir seu compromisso com Deus ao falar. Nenhuma pregação, mesmo quando tem poucas pessoas ou de última hora em algum lugar informal, é menos importante do que aquela que é feita num Sábado especial com toda a igreja lotada.
10.1 – COMO SE VESTIR E COMO SE PORTAR. Quando eu fiz meu primeiro sermão, tinha 16 anos de idade. Meu pai comprou um paletó quadriculado numa loja de roupas usadas e eu fui todo entusiasmado para a igreja. Era uma tarde de sábado, um programa chamado Liga, posteriormente chamado de J.A. Fui anunciado pelo irmão Moacir Nery de Almeida, que hoje dorme no Senhor. Levantei-me, achando que seria muito fácil, até que vi que todos olhavam para mim. Todos esperavam o que eu tinha para dizer. Felizmente estava tudo escrito. Eu li o sermão sobre o amor de Deus e imediatamente sentei. Foi um sufoco, uma experiência que nunca mais me esqueci. Hoje, já passados mais de trinta anos, ainda fico um pouco nervoso ao pregar, mas em seguida tudo volta ao normal. Um pouco de nervoso é normal. Mas a escolha da roupa deve ser a melhor, asseada e mais discreta possível. Deus não pede roupas caras, mas bem apresentável, o melhor que pudermos oferecer. Todavia nunca esqueça de que não é para a roupa que deve ser chamada a atenção de quem irá ouvir. A máxima é, que não devemos ser os primeiros nem os últimos a acatar a moda honesta. Pregue sempre com a sua melhor roupa. Mas lembre-se, a falta de dinheiro para comprar roupas não deve ser motivo de recusa para o trabalho de Deus. Hoje, em locais muito quentes, os irmãos já pregam só com camisa social e gravata, sem paletós. Enfim, vista-se como se fosse encontrar o Presidente da República. Deus merece e os irmãos agradecem.
10.2 – A ESCOLHA DO HINO INICIAL E FINAL. Tanto o hino inicial como o final deverá ter relacionamento direto com o tema abordado. O hino inicial poderá ser mais animado que o final. O final deverá sintetizar toda a mensagem.
10.3 – CONVERSE COM QUEM IRÁ APRESENTAR O CÂNTICO. As pessoas que irão participar do cântico deverão estar cientes da responsabilidade da apresentação. Com todo tato, diga que tem sempre o hábito de fazer uma oração com aqueles que irão participar do cântico, pois eles completam a mensagem na adoração, e que deverão sentir o Espírito Santo usando-os. Convide-os para participarem da oração que é feita antes da entrada na plataforma. O cântico é parte importante do culto. É parte da mensagem.
10.4 – TENHA A SEQÜÊNCIA DO CULTO ESCRITA EM PEQUENO PAPEL. Muitas vezes a seqüência do culto em nossas igrejas não é exatamente a mesma, por isso é importante tê-la escrita, pois facilita qualquer decisão de última hora.
10.5 – SAIBA PELO MENOS OS PRIMEIROS NOMES DOS QUE ESTÃO NA PLATAFORMA, se for preciso citá-los você não precisará perguntar. Isso poderá constar no papel do item anterior.
10.6 – SE CAIR O SERMÃO NO CHÃO OU O VENTO O LEVAR E MISTURAR AS FOLHAS. O sermão deverá ter sido estudado e o esboço básico deverá estar na mente. Treine diante de um espelho antes. Não é uma peça teatral, apenas ajuda a lembrar. Mas se tiver alguma dificuldade, não deixe de numerar as folhas. O ideal é que as folhas estejam grampeadas. Uma vez fui pregar na Igreja de Nova Iguaçu-RJ e esqueci o sermão em casa. Mas foi possível, pois Deus me lembrou de cada detalhe. Foi melhor do que se eu tivesse levado o sermão escrito. Deus sempre está na direção. Não tenha dúvidas disso.
10.7 – SE FALTAR ENERGIA ELÉTRICA. Isso é muito provável acontecer. Já vi, durante uma pregação à noite, faltar energia elétrica e o pregador continuou a pregar. O pior é que era um sermão baseado em slides. Nesse caso, além de dominar o tema, o ideal é o pregador partir para contar experiências ou mesmo cantar um hino relacionado ao tema, aguardando a regularização da energia. Se demorar mais de dez minutos (pode ser menos, é apenas um parâmetro), encerre o sermão. Mas, dependendo da região onde estiver a igreja, só libere os irmãos quando estiver tudo claro. Este conselho também serve para dias de tempestades. Nisso também tem os dirigentes da igreja uma responsabilidade.
10.8 - A DENTADURA DO PREGADOR CAIU. Esta história eu sempre ouvi na igreja contada por pessoas idôneas, apesar de eu não ter presenciado o fato, mas como é possível, fica como ilustração sobre o comportamento do pregador. Nesse caso o pregador pegou sua dentadura, limpou no terno e a recolocou na boca. Em seguida ilustrou seu sermão com aquela queda. Essa capacidade de unir os fatos que ocorrem quando se está pregando é muito pessoal. A maioria fica nervoso, isso até é o normal. Mas não precisa se preocupar em prever todas as situações, não é possível. Apenas creia que Deus está na direção. Não se desespere, deixe tudo acontecer e intervenha quando necessário, voltando imediatamente ao tema central do sermão.
10.9 – CACÓFATOS. Muito cuidado com os cacófatos, são frases que dão a impressão de estarmos dizendo coisas que não tínhamos a menor intenção de dizer. Exemplo: Em pleno Sábado, no início do culto, ao anunciar o hino o irmão diz: Vamos cantar o nosso hino – Dá impressão de estar dizendo: Vamos cantar o nó suíno (nó de porco). Assim vale também para os filhos teus – Dá a impressão de ser filisteus e outras expressões mais.
10.10 – A ORAÇÃO FINAL. Esta oração é tão importante quanto o sermão todo. Nela deverá ficar resumida todas as necessidades dos ouvintes. Deus deverá ser adorado e honrado nela. Não deverá ser longa, pois tudo que tinha que ser dito já foi falado. Como ensinado por Jesus, a oração deverá ser direcionada ao Pai e finalizada em nome de Jesus.
11 – E SE FOR INTERROMPIDO POR ALGUÉM?
11.1 – SEJA SEMPRE EDUCADO, o Cristão deve isso a todos. Paulo falou em Filipenses 4:5 – “Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens...” É assim que temos de ser conhecidos, pessoas moderadas, educadas. Mas ...
11.2 - ... NÃO DEIXE DESVIAR O TEMA CENTRAL. Se for possível, agradeça a quem interrompeu, esclareça rapidamente a dúvida (ou diga que irá pesquisar mais tarde) e volte imediatamente ao tema central, procurando ligar aquela intervenção com o sermão.
12 – CUIDADOS ESPECIAIS.
12.1 – ONDE DEVO COLOCAR A MÃO? Esta é sempre uma preocupação para quem está iniciando. Se não souber onde colocá-la, não a enfie no bolso, deixe-a pousada (não apoiada) sobre o púlpito. O ideal é que a mão fique parada, entreaberta com os dedos encostados, como fazem os diplomatas. Querendo usar as mãos para transmitir algo, ou apontar para a Bíblia, faça-o e imediatamente retorne para a posição original.
12.2 - O CUIDADO COM O PORTE. Nunca fique apoiado sobre o Púlpito ou sobre algum móvel. Dá a impressão de cansaço. Se preciso for, pregue sentado, mas nunca apoiado. Outra posição terrível é o pregador sentado na plataforma ou quem estiver com ele com as pernas cruzadas. Alguns usam a plataforma para ficar acenando para o próximo que vai fazer algo. Outros conversam e riem. Já vi dirigente de igreja sair e entrar tantas vezes do púlpito durante a pregação que o Pregador, que era visitante, numa das entradas do irmão, parou o sermão e perguntou se ele precisava de alguma ajuda. O Pastor até que foi delicado. Quem está sentado na igreja vê tudo isso, e o pior, é que Deus também vê. Pense nisso.
12.3 - O CUIDADO COM A RESPIRAÇÃO. A respiração é o segredo de muitos conseguirem falar bem durante muito tempo. Existem muitos exercícios respiratórios, mas o mais importante é respirar pela barriga (estômago), como fazem os nenéns e não pelo peito. Alguns comem cebola antes de falar, mas prejudica o hálito. Um bom remédio é borrifar a garganta com uma mistura de mel com própolis e água (melhor se o mel for da nossa Superbom).
12.4 - COMO USAR UM QUADRO-NEGRO. Quadro-negro que hoje é verde, branco e de outras cores. Mas o importante é que quando estiver escrevendo ou apontando para o quadro ou alguma figura, com uma régua ou uma caneta tipo laser, nunca fique na frente do público impedindo a visibilidade do que está sendo escrito ou mostrado. Sempre aponte ficando ao lado do que é para ser mostrado. Quem tem de ser visto pelos interessados é o assunto e não o irmão escrevendo.
12.5 – O USO DE TECNOLOGIAS. Uma vez fui pregar sobre o tema “Trindade” (vide cap. 3.4). Eram necessárias muitas passagens. Como seria impraticável ficar lendo direto da Bíblia, usei um retroprojetor. Isso facilitou muito, pois todas as passagens estavam já transcritas e prontas para serem lidas. Nesses casos, é sempre importante destacar as mais ligadas ao tema e nunca deixar de ler algumas com a igreja diretamente da Bíblia. Outras tecnologias poderão ser acrescentadas para facilitar a comunicação, inclusive a internet.
12.6 – PARA ONDE OLHAR. Não fixe os olhos em alguém ou em algum grupo. Olhe sempre para todos, inclusive de quando em vez para os que estão na plataforma. Se tiver alguma dificuldade nesse sentido, então fixe seu olhar num ponto mais acima da cabeça das pessoas, de maneira a dar a entender que olha para todos.
12.7 – A BÍBLIA QUE FICA SOBRE O PÚLPITO. Procure, assim que estiver no púlpito antes de ser anunciado, organizar seus papéis e a Bíblia que será usada. É normal querer usar a sua própria Bíblia, pois se está mais familiarizada com ela do que aquele Biblão que geralmente está sobre o púlpito. Mas, mesmo para tirar a Bíblia do púlpito, deve-se ter reverência com ela, colocando-a em local de destaque, nunca embaixo do púlpito. Pode-se até mencionar para a igreja que a está tirando porque a Bíblia que o irmão usa já está devidamente marcada e preparada para aquele sermão. Não é porque não será usada naquele sermão que aquele Biblão deixou de ser a Palavra de Deus. Se não tiver onde colocá-la em destaque, deixe sob os cuidados de algum irmão que faz parte da plataforma.
13 – O ARTIGO DO PASTOR TIMM – Vide Apêndice D.
O artigo publicado na Revista Adventista de junho de 2001, um marco na história adventista do Brasil, mostra que devemos voltar a pregar sermões com teor educativo evangelístico, sempre incluindo um ensinamento dentro dos sermões. Fica claro que é sempre uma oportunidade para incluirmos nos nossos sermões um texto considerado de difícil interpretação para ser esclarecido para os irmãos.
14 – ESBOÇO DE SERMÃO ESTRUTURADO.
(Preencha ao lado)
a) ESBOÇO SUGESTIVO:
Hino inicial (de acordo com o tema):
Passagem bíblica básica:
Tema (só citar-não mencionar que é tema):
Qual o problema?
História (fato verídico):
Repita o Tema:
Como acontece:
Outra experiência:
Repita o Tema:
Comentário sobre a solução do problema:
Passagem bíblica:
Citação de E.G.White sobre o tema:
Compare o tema com a breve volta de Jesus:
Apelo:
Hino final:
Com o tempo o irmão fará o seu próprio esboço (mas nunca deixe de fazê-lo e estudá-lo).
b) ESBOÇO SUGESTIVO PREENCHIDO:
Primeiramente vamos definir como escolhemos fazer o sermão, vide o item “2”. Por exemplo, vamos fazer um sermão a partir de uma passagem bíblica, escolhamos Jeremias cap. 35. Vide o apêndice “B”:
Hino inicial (de acordo com o tema): 298 (Toma, ó Deus, meu coração).
Passagem bíblica básica: Jeremias capítulo 35.
Tema (só citar - não mencionar que é tema): Submisso a Deus, obediente aos homens.
Qual o problema? Muitos confundem obedecer a Deus com submeter-se a Deus. Confundem também, submissão ao patrão com obediência.
História (fato verídico): Contar toda a história dos Recabitas.
Repita o Tema: Submisso a Deus, obediente aos homens.
Como acontece: Ao patrão devemos obedecer, pois obedecer implica em livre arbítrio. Se ao obedecer ao patrão (o ideal é trabalhar por conta própria) irá atrapalhar a submissão a Deus, opta-se pela segunda parte.
Outra experiência: Fale sobre a história de Jonadabe. II Reis 10:18 a 28.
Repita o Tema: Submisso a Deus, obediente aos homens.
Comentário sobre a solução do problema: Só estando em Cristo é possível ser submisso a Deus.
Passagem bíblica: João 14:7
Citação de E.G.White sobre o tema: Profetas e Reis, pág. 423 a 427.
Compare o tema com a breve volta de Jesus: Só terá salvação quem compreender que à Deus deverá ter um comportamento de submissão, sem questionamentos. Porém, aos homens, um comportamento de obediência com inteligência. Na hora de optar entre obedecer aos homens e submeter-se a Deus, o segundo deverá prevalecer.
APELO: Este é o eterno conflito do homem. Esta é uma visão da história dos Recabitas. A outra é que eles poderiam ter lembrado da história de seu pai Jonadabe junto aos adoradoradores de Baal. Da mesma forma eles foram reunidos para morrer. Não seria aquela reunião também uma armadilha? Mas decidiram ser fiéis. E Deus reconheceu isso diante do povo.
Decida agora ser submisso a Deus. Em tudo, em todo momento e em todo lugar, inclusive fora deste templo.
Hino final: 273 (Confia em Deus) do Hinário Adventista do Sétimo Dia.
Observe que o sermão estruturado poderá ter sua seqüência mudada, de forma a moldar o exato sentido do estudo.
15 – OCASIÕES ESPECIAIS REQUEREM PEQUENOS SERMÕES.
É sempre prudente deixar pequenos sermões prontos para ocasiões especiais. Mas se ocorrer em local que não permita o acesso rápido aos sermões, basta considerar algum fato que tenha chamado a sua atenção para tirar como lição, a partir daí, ligue a um texto bíblico e desenvolva.
A título de exemplo, cito um culto em que o pregador convidou a todos a apertarem as mãos dos irmãos próximos e dizer “Jesus te ama”. Um dos irmãos disse a todos “Você já sabe” ao invés do que o pregador havia sugerido. Num pequeno sermão bastaria citar esta situação e concatenar com o texto de Colossences 4:5, que o sermão estaria pronto. Um bom título seria “Como se perdem oportunidades.”
O sermão apresentado no Apêndice “E” uma vez foi ligeiramente modificado por mim. Estava num aniversário de casamento e iria pregar. Antes de anunciar qual seria o hino inicial, um irmão sugeriu o hino “Além do Céu Azul”, que não era o que eu escolhera. Cantamos esse hino. Aproveitei para mesclar o hino ao sermão, o que é sempre bom fazer, pois cria uma continuidade com o hino, até com um hino cantado individualmente antes do sermão. Por isso, não se deve dizer no início do culto de Sábado: “Para o início deste culto, vamos cantar o hino...”, pois o culto já iniciou na Escola Sabatina. Naquele dia, naquele sermão, em lugar de só falar do “Deus da Família”, falei do “Deus da Família que nos leva para além do Céu Azul”.
16 – COMO ABORDAR TEMAS DE DIFÍCIL DESENVOLVIMENTO.
Um tema muito difícil de ser desenvolvido é o tema do Santo Dízimo (Creia verdadeiramente que é separado/santo para Deus). Tanto o dizimista como o não dizimista nem sempre gostam de ouvir sermões sobre o dízimo. Normalmente o pregador declara que vai falar sobre Mordomia e acrescenta que mordomia não é só dinheiro, em seguida só fala de dinheiro e de dízimo. Se desenvolve os quatro pilares da mordomia (Tempo, Talento, Tesouro e Templo), na hora do tesouro gasta a maior parte do horário. Mas há fórmulas de falar em Tesouro e Dízimos sem ir direto nele. No Apêndice F, está desenvolvido um sermão que já foi pregado em algumas igrejas no Rio de Janeiro. Fala de dízimo, sem que todos inicialmente descobrissem o tema. No final também há um desvio do tema propositalmente.
Esta maneira de pregar pode ser utilizada para todos os temas de difícil desenvolvimento.
17 - A PREGAÇÃO DO EVANGELHO ETERNO DE APOCALIPSE 14: 6 e 7.
Como membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, não poderia deixar de falar do Evangelho Eterno (Aquele que É, que Era e que Há de Ser). Há muitos evangelhos que pregam a guarda do domingo, mas como nós Adventistas poderíamos pregar diferentemente do que Deus escreveu em Sua Palavra? Como poderíamos trocar o Sábado que identifica o Deus “que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (uma repetição da criação quando Deus criou o Sábado por causa do homem e do quarto mandamento de Êxodo 20:11), pelo domingo em homenagem a ressurreição de Cristo? Como pregar diferente, se sabemos que Jesus descansou no Sábado mesmo quando estava morto, pois morreu antes do pôr-do-sol de sexta-feira e ressuscitou no primeiro dia da semana, no domingo? Como desconhecer Êxodo 20:8 e Tiago 2:10 e tantas outras passagens?
Estas e outras questões surgem sempre na nossa mente na hora de fazermos um sermão. Mas creia nisto, se Deus inspirou a confecção do sermão, a mensagem deverá ser falada com a devida orientação divina, sem floreios. Veja o tópico anterior é um exemplo. Deus sempre inspirará a falar a verdade de formas a atingir um coração direcionado.
Apocalipse 14:6 e 7:
“6 E vi outro anjo voando pelo meio do céu, e tinha um evangelho eterno para proclamar aos que habitam sobre a terra e a toda nação, e tribo, e língua, e povo,
7 dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”.
Ide, irmão, e pregai. Pregai o Evangelho Eterno.
18 - UM SERMÃO SERÁ SEMPRE A OPORTUNIDADE DE SALVAÇÃO DE ALGUÉM, ATRAVÉS DO PODER QUE ESTÁ POR TRÁS DELE.
Veja o sermão de Pedro em Atos 2: 14 a 36. Um sermão simples que não fala nada que eles não soubessem, todavia o segredo estava no Espírito Santo que fazia parte do sermão. Quase três mil pessoas foram batizadas em um só dia.
“Mal fazemos idéia da força que possuiríamos se nos ligássemos à fonte de toda força. Caímos repetidamente em pecado, e pensamos que isso deve ser sempre assim. Apegamo-nos a nossas fraquezas como se fossem qualquer coisa de que nos devêssemos orgulhar. Cristo nos diz que devemos pôr nosso rosto como um seixo, se quisermos vencer. Ele levou nossos pecados no próprio corpo ao madeiro; e mediante o poder que nos deu, é-nos possível resistir ao mundo, à carne e ao diabo”. Mensagens aos Jovens, pág. 105.
“Quantos prantearão as oportunidades perdidas quando já for eternamente tarde demais. Hoje temos talento e oportunidade, mas não sabemos por quanto tempo serão nossos. Trabalhemos então enquanto é dia; pois a noite vem, em que ninguém pode trabalhar. ´Bem-aventurado aquele servo a quem o Senhor, quando vier, achar fazendo assim.´ Luc. 12:43”. Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, pág. 167.
Lembre-se sempre de Paulo em I Coríntios 2:13: “Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo cousas espirituais com espirituais.”
ESTE É O GRANDE SEGREDO.
APÊNDICES:
Os sermões seguintes são apenas alguns exemplos de como é possível desenvolver um tema. Seja a partir de outro tema, seja a partir de uma passagem bíblica ou de um hino preferido. Pode-se também desenvolver de uma experiência sua ou de alguém conhecido. Os sermões a seguir já estão prontos para serem pregados. Crie o irmão mesmo o seu primeiro sermão, pregue-o e depois o aprimore. Amplie sua experiência com novos desenvolvimentos e, sobretudo, deixe que o Espírito de Deus te ilumine em todos os momentos. Tudo deverá ser feito com oração sincera diante do Trono de Deus. Lembre-se sempre de que é a oportunidade de salvação para alguém. Alguém que poderá ser o próprio irmão pregador.
APÊNDICE A - SERMÃO PARTINDO DE UM TEMA –
TEMA: Três grandes verdades para os nossos dias:
I – PRIMEIRA VERDADE - Deus é o Criador de Adão e Eva literais, não foi uma parábola.
A terra veio da água. II Pedro 3: 5.
Jesus confirmou isso - Marcos 10: 6 e Mateus 19: 4.
Eu sempre digo para aqueles que me perguntam se eu realmente acredito em Adão e Eva, que meu Deus tem poder para formar um boneco de barro, soprar em suas narinas e torná-lo Adão. Agora, se o deus deles não tem esse poder...
II – SEGUNDA VERDADE – A morte é um sono.
Pregou aos mortos. I Pedro 3: 19 e 20
Ver Consultoria Doutrinária pág 233 a 235
João 11:3 – Lázaro. Jesus disse que Lázaro dormia.
Nós não morremos e vamos para o céu como entendem alguns. Não desencarnamos, como dizem outros. Nós dormimos. Essa é a essência da mensagem divina. O povo adventista deve sempre usar esta expressão. “O irmão dormiu no Senhor.”
III – TERCEIRA VERDADE - Somos a maioria.
I Cor. 4:9 – “Porque a mim me parece que Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se fôssemos condenados à morte; porque nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos, como a homens.”
Um irmão saiu da Igreja do Méier e foi para uma igreja que guarda o domingo. O sábado tornara-se um fardo na vida dele. Ao ser visitado pelo Pastor, disse que “na questão do sábado passou a ter a certeza que a maioria tem razão e não a minoria.”
Se eu estivesse lá, diria que realmente a maioria tem razão, pois apenas 1/3 caiu do Céu, restando 2/3 dos anjos e mais os mundos habitados de seres não caídos. Ora dois terços é mais do que um terço, logo quem guarda o sábado está com a maioria.
Um terço do céu caiu – Dois terços ainda permanecem lá. Apoc. 12: 4 – Terça parte das estrelas do Céu ...– Apoc. 12: 7 – 9 – Lucas 10: 18
A maioria tem razão sobre o Sábado. O Universo nos contempla.
1 – Os querubins sobre o propiciatório representavam os seres não caídos que observam o desenrolar do plano da salvação.
Diz o Espírito da Profecia através da irmã Ellen G. White : GC – pág. 218 – O universo assistia...
“O Santuário celestial é onde Jesus está fazendo uma obra intercessória por nós baseado em Seu sacrifício. O Universo inteiro está assistindo a essa obra. Quando pecamos, temos um Intercessor que nos cobre com Sua Justiça perfeita. Esta verdade torna muito importantes o santuário e seus ensinos. Por esta razão, o Santuário é um objeto especial da ira de Satanás.” Lição 9 da Esc. Sabatina – 31/08/2001 – Sexta. (sublinhado nosso)
Consultoria Doutrinária pág 289. (Não é necessário falar, mas pode ser usado para ampliar o sermão, se necessário).
II Reis 6: 8 a 23 – O Universo estava vigiando.
PR-564- “Os fiéis de Deus em oração estão, por assim dizer, encerrados com Ele. Eles mesmos não sabem quão seguramente estão abrigados. Instigados por Satanás, os governantes deste mundo estão procurando destruí-los; mas pudessem os olhos dos filhos de Deus ser abertos, como o formam os olhos do servo de Eliseu em Dota, e veriam anjos de Deus acampados em torno deles, pondo em xeque as hostes das trevas.”
Evangelismo pessoal. Temos de trazer as pessoas para a maioria.
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Vide o Grande Conflito, pág. 218 e 219, transcrito ao final sob o título Transcrição.
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Não deixe de ler também O Desejado de Todas as Nações – CPB – Das páginas 524 a 536 (“Lázaro, Sai Para Fora”).
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APÊNDICE B – SERMÃO DE UMA PASSAGEM BÍBLICA – JEREMIAS 35 – A HISTÓRIA DOS RECABITAS.
NINGUÉM PODERÁ SER SUBMISSO A DEUS SE NÃO APRENDER PRIMEIRAMENTE A SER OBEDIENTE AOS PAIS.
OBEDIÊNCIA AOS HOMENS – SUBMISSÃO A DEUS.
NÃO EXISTE SUBMISSÃO AOS HOMENS. EXISTE OBEDIÊNCIA, QUE É CONDICIONAL, POIS SEMPRE HAVERÁ UM CONFLITO CUJA DECISÃO PORÁ EM RISCO NOSSA SALVAÇÃO.
Êxodo 20: 3 Não terás outros deuses diante de mim.
Êxodo 20: 12 Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.
Nenhum homem poderá dizer que ama e respeita a Deus se não ama nem respeita seu pai que vê.
Jesus falou sobre isso:
João 12:44 Clamou Jesus, dizendo: Quem crê em mim, crê, não em mim, mas naquele que me enviou.
45 E quem me vê a mim, vê aquele que me enviou.
46 Eu, que sou a luz, vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.
47 E, se alguém ouvir as minhas palavras, e não as guardar, eu não o julgo; pois eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo.
48 Quem me rejeita, e não recebe as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o julgará no último dia.
49 Porque eu não falei por mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, esse me deu mandamento quanto ao que dizer e como falar.
50 E sei que o seu mandamento é vida eterna. Aquilo, pois, que eu falo, falo-o exatamente como o Pai me ordenou.
RECABITAS – JEREMIAS 35
Nós não bebemos vinho nem bebida forte porque somos como os recabitas que cumpriam as ordens de seus pais.
II Reis 10:15 E, partindo dali, encontrou-se com Jonadabe, filho de Recabe, que lhe vinha ao encontro, ao qual saudou e lhe perguntou: O teu coração é sincero para comigo como o meu o é para contigo? Respondeu Jonadabe: É. Então, se é, disse Jeú, dá-me a tua mão. E ele lhe deu a mão; e Jeú fê-lo subir consigo ao carro,
16 e disse: Vem comigo, e vê o meu zelo para com o Senhor. E fê-lo sentar consigo no carro.
17 Quando Jeú chegou a Samária, feriu a todos os que restavam de Acabe em Samária, até os destruir, conforme a palavra que o Senhor dissera a Elias.
18 Depois ajuntou Jeú todo o povo, e disse-lhe: Acabe serviu pouco a Baal; Jeú, porém, muito o servirá.
19 Pelo que chamai agora à minha presença todos os profetas de Baal, todos os seus servos e todos os seus sacerdotes; não falte nenhum, porque tenho um grande sacrifício a fazer a Baal; aquele que faltar não viverá. Jeú, porém, fazia isto com astúcia, para destruir os adoradores de Baal.
20 Disse mais Jeú: Consagrai a Baal uma assembléia solene. E eles a apregoaram.
21 Também Jeú enviou mensageiros por todo o Israel; e vieram todos os adoradores de Baal, de modo que não ficou deles homem algum que não viesse. E entraram na casa de Baal, e encheu-se a casa de Baal, de um lado a outro.
22 Então disse ao que tinha a seu cargo as vestimentas: Tira vestimentas para todos os adoradores de Baal. E eles lhes tirou para fora as vestimentas.
23 E entrou Jeú com Jonadabe, filho de Recabe, na casa de Baal, e disse aos adoradores de Baal: Examinai, e vede bem, que porventura não haja entre vós algum servo do Senhor, mas somente os adoradores de Baal. dom; porém não puderam.
24 Assim entraram para oferecer sacrifícios e holocaustos. Ora, Jeú tinha posto de prontidão do lado de fora oitenta homens, e lhes tinha dito: Aquele que deixar escapar algum dos homens que eu vos entregar nas mãos, pagará com a própria vida a vida dele.
25 Sucedeu, pois, que, acabando de fazer o holocausto, disse Jeú aos da sua guarda, e aos oficiais: Entrai e matai-os! não escape nenhum! Então os feriram ao fio da espada; e os da guarda e os oficiais os lançaram fora e, entrando no santuário da casa de Baal,
26 tiraram as colunas que nela estavam, e as queimaram.
27 Também quebraram a coluna de Baal, e derrubaram a casa de Baal, fazendo dela uma latrina, como é até o dia de hoje.
28 Assim Jeú exterminou de Israel a Baal.
PROFETAS E REIS – CPB – Pág. 423 a 427 - Transcrição na íntegra.
Com o propósito de ilustrar a importância de render implícita obediência aos reclamos de Deus, Jeremias reuniu alguns recabitas nas câmaras do templo, e pôs perante eles vinho, convidando-os a que bebessem. Como era de esperar, ele enfrentou protestos e recusa absoluta. “Não beberemos vinho”, declararam firmemente os recabitas, “porque Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, nos mandou, dizendo: Nunca jamais bebereis vinho, nem vós nem vossos filhos”.
“Então veio a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo: Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Vai, e dize aos homens de Judá e aos moradores de Jerusalém:
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Porventura nunca aceitareis instrução, para ouvirdes as Minhas palavras? diz o Senhor. As palavras de Jonadabe, filho de Recabe, que ordenou a seus filhos que não bebessem vinho, foram guardadas, pois não beberam até este dia, antes ouviram o mandamento de seu pai.” Jer. 35:6 e 12-14.
Deus procurou assim criar agudo contraste entre a obediência dos recabitas e a desobediência e rebelião de Seu povo. Os recabitas haviam obedecido a ordem de seu pai, recusando-se agora a serem incitados à transgressão. Mas os homens de Judá não tinham dado ouvidos às palavras do Senhor, e estavam em conseqüência em vias de sofrer Seus mais severos juízos.
“A Mim, porém, que vos tenho falado a vós, madrugando e falando”, o Senhor declarou, “vós não Me ouvistes. E vos enviei todos os Meus servos os profetas, madrugando, e enviando, e dizendo: Convertei-vos agora, cada um do seu mau caminho, e fazei boas as vossas ações, e não sigais a outros deuses para servi-los, e assim ficareis na terra que vos dei a vós e a vossos pais; mas não inclinastes o vosso ouvido, nem Me obedeceste a Mim. Visto que os filhos de Jonadabe, filho de Recabe, guardaram o mandamento de seu pai, que ele lhes ordenou, mas este povo não Me obedeceu, por isso assim diz o Senhor, o Deus dos Exércitos, o Deus de Israel: Eis que trarei sobre Judá, e sobre todos os moradores de Jerusalém, todo o mal que falei contra eles; pois lhes tenho falado, e não ouviram, e clamei a eles, e não responderam.” Jer. 35:14-17.
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Quando o coração dos homens é abrandado e subjugado pela influência constrangedora do Espírito Santo, darão ouvidos ao conselho; mas quando viram as costas à admoestação até que seus corações se tornem endurecidos, o Senhor lhes permite serem levados por outras influências. Recusando a verdade, aceitam a falsidade, a qual se torna um laço para a sua própria destruição.
Deus Se empenhara com Judá para que Lhe não provocasse a ira, mas não Lhe deram ouvidos. Finalmente foi pronunciada contra eles a sentença. Eles deviam ser levados cativos para Babilônia. Os caldeus iam ser usados como instrumento pelo qual Deus castigaria Seu povo desobediente. Os sofrimentos dos homens de Judá deviam estar na proporção da luz que haviam recebido e das advertências que haviam desprezado e rejeitado. Por muito tempo estivera Deus retardando Seus juízos; mas agora Ele faria cair sobre eles o Seu desprazer, como derradeiro esforço no sentido de detê-los em seu mau caminho.
Sobre a casa dos recabitas foi pronunciada uma bênção constante. O profeta declarou: “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Pois que obedecestes ao mandamento de Jonadabe, vosso pai, e guardastes todos os seus mandamentos, e fizestes conforme tudo quanto vos ordenou, portanto assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: Nunca faltará varão a Jonadabe, filho de Recabe, que assista perante a Minha face todos os dias.” Jer. 35:18 e 19. Assim ensinou Deus a Seu povo que a fidelidade e obediência se refletiriam sobre Judá em bênção, tal como foram os recabitas abençoados pela obediência à ordem de seu pai.
A lição é para nós. Se os requisitos de um pai bom e sábio, que usou o melhor e mais eficaz meio de
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garantir sua posteridade contra os males da intemperança, foram dignos de estrita obediência, sem dúvida a autoridade de Deus deve ser tida em muito maior reverência quão mais santo é Ele que o homem. Nosso Criador e Comandante, infinito em poder, terrível no juízo, procura por todos os meios levar os homens a ver seus pecados e deles se arrependerem. Por boca de Seus servos Ele predisse os perigos da desobediência; faz soar a nota de advertência, e fielmente reprova o pecado. Seu povo desfruta prosperidade unicamente por Sua misericórdia, graças ao vigilante cuidado de instrumentalidades escolhidas. Ele não pode sustentar e guardar um povo que rejeita Seu conselho e despreza Suas reprovações. Por algum tempo Ele pode conter Seus juízos retribuitivos; mas não pode reter sempre a Sua mão.
Os filhos de Judá foram numerados entre aqueles de quem Deus dissera: “Sereis um reino sacerdotal e o povo santo.” Êxo. 19:6. Jamais em seu ministério Jeremias perdera de vista a importância vital da santidade de coração nas variadas relações da vida, e principalmente no serviço do altíssimo Deus. Claramente ele previu a queda do reino e a disseminação dos habitantes de Judá entre as nações; mas com os olhos da fé viu além de tudo isto para os tempos da restauração. Soando em seus ouvidos estava a promessa divina: “Eu mesmo recolherei o resto das Minhas ovelhas de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos. ... Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na Terra. Em seus dias Judá será salvo, e Israel
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habitará seguro; e este será o Seu nome, com que o nomearão: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA.” Jer. 23:3-6.
Assim profecias de juízo próximo foram misturadas com promessas de final e glorioso livramento. Os que escolhessem fazer paz com Deus, vivendo vida santa em meio a prevalecente apostasia, receberiam força para cada prova, e seriam capacitados para testificar dEle com forte poder. E nos séculos por vir o livramento que se havia de operar em benefício deles excederia em fama ao efetuado em favor dos filhos de Israel ao tempo do Êxodo. Aproximavam-se os dias, declarou o Senhor por intermédio do Seu profeta, em que eles não mais diriam: “Vive o Senhor, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito; mas: Vive o Senhor, que fez subir, e que trouxe a geração da casa de Israel da terra do norte, e de todas as terras para onde os tinha arrojado; e habitarão na sua terra.” Jer. 23:7 e 8. Tais eram as maravilhosas profecias proferidas por Jeremias durante os anos finais da história do reino de Judá, quando Babilônia estava se tornando soberana universal, e estavam mesmo levando o cerco de seus exércitos contra os muros de Sião.
Esta é uma visão da história dos Recabitas.
A outra é que eles poderiam ter lembrado da história de seu pai Jonadabe junto aos adoradoradores de Baal. Da mesma forma eles foram reunidos para morrer. Não seria aquela reunião também uma armadilha? Mas decidiram ser fiéis. E Deus reconheceu isso diante do povo.
João 14:5 Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?
6 Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.
7 Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto.
8 Disse-lhe Felipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta.
9 Respondeu-lhe Jesus: Há tanto tempo que estou convosco, e ainda não me conheces, Felipe? Quem me viu a mim, viu o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
10 Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é quem faz as suas obras.
11 Crede-me que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras.
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APÊNDICE C – SERMÃO PARTINDO DE UM HINO –
HINO ESCOLHIDO: 304 – VÊEM OS OUTROS CRISTO EM TI?
II Coríntios 3: 2 e 3.
Só terá salvação quem não tiver o Caráter de Enganador.
Houve guerra no Céu...(Luc.10:18)
Adão e Eva. Após ser enganada pela serpente Eva queria enganar.
O pecado dele foi diferente do dela. Ele não quis enganar a Deus, mas duvidou de que Deus seria justo. Ele só quis enganar quando Deus o procurou pelo jardim e ele se escondeu. Aí surgiu o fruto do engano. O engano é irmão do inocentar-se. Adão disse que a mulher o enganara (mentira), Eva disse que a serpente que Deus fizera é que a enganara. No final, Deus é que foi o culpado de tudo.
Abrão pecou quando possuiu a egípcia? Não. Não houve engano.
Ge 16,3. E Sarai, mulher de Abrão, passados já dez anos desde que Abrão viera se estabelecer no país de Canaã, lhe deu a criada egípcia, Agar, por mulher.
Davi pecou quando possuiu a mulher de Urias e não pecou quando tinha dezenas de outras mulheres.
2Sm 11,3. Informou-se Davi a respeito dela. Disseram-lhe: "ó Betsabé, filha de Eliam e esposa de Urias, o Heteu".
2Sm 11,4. Davi mandou mensageiros buscá-la. Quando chegou, dormiu com ela, que acabara de se purificar de suas regras. Em seguida, a mulher voltou para casa.
2Sm 11,5. Tendo concebido, mandou dizer a Davi: "Estou grávida!"
Salomão também não.
1Re 11,1.O rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da filha do faraó, moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hititas,
1Re 11,2.pertencentes às naçöes das quais Javé dissera aos filhos de Israel: "Não tenhais relaçöes com elas, nem as tenham elas convosco; do contrário, desviarão os vossos coraçöes para os seus deuses". Salomão uniu-se a elas por amor.
1Re 11,3.Teve setecentas mulheres princesas e trezentas concubinas.
Mais tarde Jesus esclareceu que era por causa da dureza do coração dos homens.
Mt 19,8.Jesus respondeu: "Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres por causa da vossa dureza de coraçäo. Mas, no princípio, näo foi assim.
Mt 19,9.Por isso eu vos digo: quem se divorcia da própria mulher - exceto em caso de uniäo ilegal - e se casa com outra comete adultério".
O texto dos dez mandamentos é a transcrição do não enganarás. Só é possível não enganar por muita gratidão e muito amor, razão porque o amor é a base do reino de Deus.
No velho testamento lançaram sortes, até chegar na família que desobedecera, que estavam enganando. A oportunidade que Deus dá é para mudar o caráter de enganador.
Nm 16,30. porém, se Javé fizer algo de diferente, de sorte que se abra a terra e os trague com tudo quanto lhes pertence, de modo que eles desçam vivos ao Xeol, então ficai sabendo que estes indivíduos ultrajaram a Javé".
Nm 16,31. Mal tinha ele terminado de proferir estas palavras, o solo se fendeu sob eles.
Nm 16,32. Abriu-se a terra, tragando-os, inteiros, com suas famílias e com tudo quanto pertencia a Coré, inclusive seus bens.
Nm 16,33. Assim, desceram eles, vivos, ao Xeol com tudo quanto lhes pertencia; a terra cobriu-os de novo e eles pereceram no meio de toda a comunidade.
Ananias e Safira quiseram enganar ao próprio Espírito Santo. Tinham o caráter de enganadores.
At 5,1. Certo homem, chamado Ananias, resolveu com sua mulher, Safira, vender uma propriedade. 2. Mas reteve para si, com o conhecimento da esposa uma parte do preço da venda e levou o restante e o entregou aos apóstolos.
At 5,3. Mas Pedro lhe disse: "Ananias, por que Satanás tomou conta do teu coraçäo, a ponto de mentires ao Espírito Santo e reteres para ti uma parte do preço da propriedade?
At 5,4. Podias conservá-la sem vender. Ou vendê-la dispondo de todo o preço como bem te aprouvesse. Entäo, por que resolvestes agir desse modo? Näo mentiste a homem e sim a Deus".
At 5,5. Ouvindo estas palavras, Ananias caiu por terra e expirou. E todos os que ficaram sabendo disso tiveram muito medo.
At 5,6. Entäo alguns moços foram envolver o corpo; levaram-no embora e o sepultaram.
At 5,7. Mais ou menos três horas depois chegou também sua mulher, sem saber o que havia acontecido.
At 5,8. Pedro lhe perguntou: "Foi por este preço que tu e teu marido vendestes o campo?" E ela respondeu: "Sim, foi por este preço".
At 5,9. Pedro entäo lhe disse: "Como é que tu e teu marido resolvestes de comum acordo tentar o Espírito Santo? Escuta: ainda se ouvem na porta os passos dos que acabaram de enterrar teu marido. Eles väo te levar também".
At 5,10. No mesmo instante, ela caiu a seus pés e morreu. Os moços entraram e já a encontraram morta; levaram-na para fora e sepultaram-na junto de seu marido.
Hoje, quando recebemos um troco no ônibus errado e o guardamos, quando somos desonestos, quando quebramos qualquer dos mandamentos (Aí está porque é culpado de todos - Tiago 2:10) estamos fazendo o mesmo que enganar.
Só habitará no Céu quem tiver o caráter de Jesus. Quem não tiver o espírito de enganador. E isso é impossível para o homem sem a ajuda de Deus.
Is 26,1. Naquele dia, será entoado este hino na terra de Judá: "Temos uma Cidade forte. Para nos proteger, ele pôs muro e antemuro.
Is 26,2. Abri as Portas, para que entre a naçäo justa, que guarda fidelidade,
Is 26,3. de caráter firme, pacífica, porque confia em ti.
Is 26,4. Confiai sempre em Javé: Ele é o eterno Rochedo
Is 26,5. que humilhou os altaneiros, a cidade escarpada;
destruiu-os, deitou-os por terra, lançou-os abaixo do pó:
Is 26,6. os pés dos humildes e os passos dos pobres calcam-na".
Is 26,7. O caminho do justo é reto, tu aplainas o caminho do justo.
O conflito é muito grande.
Ro 13,11.Tanto mais que sabeis em que tempo estamos: já chegou a hora de despertardes do sono; nossa salvaçäo está agora mais perto do que quando abraçamos a fé.
Ro 13,12.A noite está terminando e o dia vem chegando Deixemos as obras da escuridäo e vamos nos revestir com as armas da luz.
Ro 13,13.Vivamos honestamente, como pessoas que vivem na luz do dia. Nada de comilanças ou bebedeiras, nem volúpias, nem luxúrias, nem brigas, nem rivalidades.
Ro 13,14.Pelo contrário! Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e näo tenhais preocupaçöes com a carne, para satisfazer seus maus desejos.
Quisera ter o poder de conhecer as palavras certas que pudessem lhe transmitir a sensação real do conflito que estamos vivendo, do que é estar na presença de Deus, do que será viver pela eternidade. Paulo tentou descrever e só pode dizer que "nem subiu ao coração do homem..."
Ap 21,8. E o lago ardente de fogo e de enxofre é o que cabe aos preguiçosos, aos infiéis, aos abomináveis, aos homicidas, aos fornicadores, aos maléficos, aos idólatras e a todos os mentirosos. Esta é a segunda morte.
- Todo mentiroso é um enganador. O adultério é uma forma de enganar.
Só existe uma fórmula de desmascarar o engano, que é através do perdão e do confessar.
NO CÉU NÃO HAVERÁ LUGAR PARA AQUELE QUE TIVER O CARÁTER DE ENGANADOR NESTA TERRA.
Em Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, pág. 121 e 122, diz:
“O verdadeiro pesquisador que se esforça por ser semelhante a Jesus na palavra, na vida e no caráter, contemplará seu Redentor, e, pela contemplação é transformado à Sua imagem, porque almeja a mesma disposição de Espírito que havia em Cristo Jesus, e por ela ora. Não se esquiva do mal pelo temor da vergonha, ou pelo medo da perda; porque sabe que tudo que desfruta vem de Deus, e fará bom uso de Suas bênçãos, para poder representar a Cristo. Ele não está ansioso de permanecer mais alto, de obter o louvor dos seres humanos. Não é esse o seu mais ávido interesse. Fazendo uso sábio do que agora tem, procura obter cada vez maior habilidade para poder prestar a Deus maior serviço. Ele almeja a Deus. A história de seu Redentor, o imensurável sacrifício que fez, enche-se de significação para ele. Cristo, a Majestade do Céu, tornou-Se pobre, para que pela Sua pobreza pudéssemos tornar-nos ricos; não ricos meramente de dotes, mas ricos de realizações.
Essas são as riquezas que Cristo deseja ardentemente que Seus seguidores possuam. Ao ler o verdadeiro pesquisador da verdade a Palavra, e abrir a mente para recebê-la, almeja a verdade de todo o coração. O amor, a piedade, a ternura, a cortesia, a delicadeza cristã, que serão os elementos nas mansões celestiais que Cristo foi preparar para os que
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O amam, apossam-se de sua alma. Seu propósito é firme. Está determinado a permanecer do lado da justiça. A verdade achou caminho para o coração e ali está implantada pelo Espírito Santo, que é a verdade. Quando a verdade se apossa do coração, dá o homem segura evidência disso, tornando-se um mordomo da graça de Cristo.
O coração do verdadeiro cristão está imbuído do verdadeiro amor, da mais ardorosa sede de almas. Não descansa enquanto não estiver fazendo tudo que está nas suas forças para buscar e salvar o perdido. Gastam-se tempo e forças; não se evita o trabalho exaustivo. Deve dar a outros a verdade que tanta alegria, paz e regozijo no Espírito Santo trouxe à alma.
Quando a pessoa verdadeiramente convertida possui o amor de Deus, sente a sua obrigação de tomar o jugo com Cristo, e trabalhar em harmonia com Ele. O Espírito de Cristo sobre ele repousa. Revela o amor, a piedade, a compaixão do Salvador, porque é um com Cristo. Anela levar outros a Jesus. Seu coração se desmancha de ternura ao ver o perigo em que estão as almas que se encontram longe de Cristo. Cuida das almas como alguém que deve prestar contas. Com convites e rogos misturados com certezas das promessas de Deus, procura ganhar almas para Cristo; e isso é registrado nos livros. É um colaborador de Deus”.
Sugestão de hino final: 298 HASD – Toma, ó Deus, Meu Coração.
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APÊNDICE D – ARTIGO HISTÓRICO DO PASTOR TIMM.
IDENTIDADE
Podemos Ainda Ser Considerados o "Povo da Bíblia"?
A iminente crise entre a verdade e o erro requer intimidade com a Bíblia
Por Alberto R. Timm
Estudos sociológicos da religião têm demonstrado que os movimentos religiosos surgem normalmente com o propósito de reformar a cultura na qual existem. Mas no segundo século de sua existência, depois que faleceram os pioneiros e aqueles que os conheceram, esses mesmos movimentos tendem a perder sua identidade e a ser reabsorvidos pela própria cultura que originalmente tencionavam reformar.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia se depara hoje com os desafios próprios do segundo século de sua existência. Mas, somando-se a isso, ela vive também num mundo em que apelos ecumênicos e tendências pluralistas estão inibindo grande número de denominações cristãs de falarem de suas diferenças doutrinárias. Sob as fortes correntes da globalização ecumênica, tais denominações acabaram perdendo quase que completamente a sua própria identidade.
Isso nos leva a indagar: Não estaria também a Igreja Adventista do Sétimo Dia correndo o risco de perder sua identidade? Poderíamos detectar hoje evidências disso em nosso meio? E, se detectadas, o que deveríamos fazer para minimizar seus efeitos?
O presente artigo considera, brevemente, (1) como os adventistas viam sua própria identidade até cerca de 1980; (2) como essa identidade começou a se alterar a partir da década de 1980; e (3) o que deveríamos fazer para preservar nossa identidade cristã-adventista.
Período de ênfase bíblico-doutrinária (1844-1980) - Os adventistas foram conhecidos, por muitos anos, como "o povo da Bíblia". Seus fundadores amavam realmente a "verdade" e eram profundos estudiosos da Palavra de Deus. Guilherme Miller, por exemplo, iniciou, em 1816, um período de estudo seqüencial da Bíblia, começando com Gênesis 1:1, e prosseguindo somente depois de haver compreendido satisfatoriamente cada texto bíblico.
Descrevendo os primórdios do movimento adventista sabatista, Ellen White escreveu: "Reunia-me com eles [Tiago White, José Bates, Estêvão Pierce, Hiram Edson e outros], e estudávamos e orávamos fervorosamente. Muitas vezes ficávamos reunidos até alta noite, e às vezes a noite toda, pedindo luz e estudando a Palavra. Repetidas vezes esses irmãos se reuniram para estudar a Bíblia, a fim de que conhecessem seu sentido e estivessem preparados para ensiná-la com poder."1
J. N. Andrews afirmou em 1849, em um dos seus primeiros contatos com Tiago e Ellen White, que "trocaria mil erros por uma verdade"2 J. O. Corliss ouviu certa ocasião alguém perguntar a Andrews quanto da Bíblia ele havia memorizado. A resposta de Andrews foi: "Não ousaria dizer que poderia repetir todo o Antigo Testamento, mas tenho certeza de que se o Novo Testamento fosse perdido, eu o poderia reproduzir palavra por palavra."3 Além disso, ele foi também um dos mais importantes pesquisadores e expositores das doutrinas bíblicas durante o período formativo da mensagem adventista do sétimo dia.
Mas esses são apenas alguns exemplos do amor que os pioneiros do movimento adventista demonstravam pelo conhecimento doutrinário das Escrituras e pela compreensão dos textos bíblicos. O mesmo amor continuou sendo uma das marcas distintivas dos adventistas pelo menos até o final da década de 1970. Refletia-se tanto no conteúdo dos sermões pregados e dos estudos bíblicos dados como nos programas de jovens (conhecidos até 1979 como "Ligas MVs").
As novas gerações de conversos entravam para a igreja com tal convicção da verdade que dificilmente abandonavam a fé. Os adventistas eram respeitados e até temidos pelos demais evangélicos, devido ao seu profundo conhecimento bíblico. Os próprios adventistas chegavam mesmo a se vangloriar de que uma das evidências de possuírem a verdade era o fato de que seus membros, se alguns deles deixassem a igreja, não se uniam a nenhuma outra denominação.
Durante o período em consideração (1844-1980), era um sagrado costume adventista fazer o "Ano Bíblico". Entre os adventistas brasileiros que seguiam essa prática podemos destacar, por exemplo, Haroldo P. de Castro Lobo (1901-1985), que leu a Bíblia inteira 60 vezes4, e Sérgio Vieira de Araújo (1888-1980), que chegou a ler a Bíblia toda 116 vezes.5 Essa mesma dedicação às Escrituras contribuiu para que vários adventistas brasileiros vencessem concursos nacionais e internacionais da Bíblia realizados no Brasil6, bem como para que alguns deles obtivessem boas colocações na fase final do famoso Concurso Internacional da Bíblia, em Jerusalém. Destacaram-se, no concurso de Jerusalém, os brasileiros Irene Santos, em 1958; Yolanda Anversa da Silva, em 1961; José Ribamar de Menezes, em 1964; e Francisco Alves de Pontes (conhecido popularmente como "Chico Bíblia"), em 1981.7 Muitos outros adventistas brasileiros se salientaram pelo grande número de passagens bíblicas memorizadas e por sua acurada compreensão dos ensinamentos bíblicos.
Período de ênfase bíblico-relacional (1981- ) - Se até o final da década de 1970 os adventistas se caracterizavam pelo seu conhecimento bíblico-doutrinário, a partir da década de 1980 essa característica começou lentamente a ser suplantada por uma nova ênfase bíblico-relacional. Em outras palavras, o interesse pelo conhecimento racional dos ensinamentos bíblicos acabou sendo superado por uma leitura existencialista da Bíblia, como uma forma de alimentar o relacionamento com a pessoa de Cristo.
Fundamental para essa transição, no Brasil, foi a publicação em português de algumas obras do pastor americano Morris L. Venden como, por exemplo, Fé Que Opera (Meditações Matinais de 1981), Como Conhecer a Deus: Um Plano de 5 Dias (1989), 95 Teses Sobre Justificação Pela Fé (1990). Mais influentes ainda foram a pregação e as publicações de Alejandro Bullón, dentre as quais se destacam alguns dos seus primeiros livros em português como, por exemplo, Conhecer Jesus E Tudo (1988) e Crise Existencial (1988). Essas obras contribuíram significativamente para que muitas pessoas que viviam uma religião de mero formalismo doutrinário tivessem um encontro genuíno com Cristo.
A nova ênfase relacional era necessária e chegou num momento oportuno para a igreja. Mas, como ocorre em quase todos os processos de transição, também nesse caso o pêndulo espiritual de muitos adventistas não conseguiu se deter no ponto de equilíbrio, e acabou passando do extremo do formalismo doutrinário para o outro extremo do existencialismo subjetivo. Embevecidas com o relacionamento místico com Cristo, algumas pessoas começaram a assumir uma postura antidoutrinária, na qual doutrinas básicas da fé adventista passaram a ser vistas como meros resquícios de uma obsoleta religião legalista.
A atual superficialidade no conhecimento das Escrituras tem contribuído, mais do que qualquer outra coisa, para obliterar a consciência profético-doutrinária da denominação. O estudo objetivo (doutrinário) da Bíblia tem sido substituído por uma leitura pietista (existencialista), destinada quase que exclusivamente a alimentar um relacionamento místico e subjetivo com Cristo. Conseqüentemente, os sermões de muitas de nossas igrejas tornaram-se mais leves, substituindo, em grande parte, o conteúdo doutrinário da Bíblia pelas experiências pessoais do próprio pregador.
Visitei certa ocasião uma de nossas igrejas que havia sido dividida por teorias especulativas. Depois de estudar detidamente o assunto em debate com os membros daquela igreja, uma jovem levantou-se e disse: "Pastor, agradeço sua disposição em vir aqui e nos esclarecer essas questões. Mas gostaria de lhe perguntar: Deveríamos ser reprovados por havermos crido nessas heresias, quando os nossos próprios pregadores usam o púlpito para apresentar mensagens apenas do tipo 'leite com água' sem jamais esclarecerem antecipadamente para nós a verdade a respeito dessas heresias, de modo a termos condições de respondê-las ao elas surgirem?"
A indiferença existencialista para com os ensinos de Cristo tem se refletido também no despreparo de muitas pessoas que ingressam hoje na igreja. Fala-se, em alguns lugares, a respeito de batismo tipo "lava-rápido". Desconhecendo a diferença entre o contexto sócio-religioso do Novo Testamento e o complexo mosaico filosófico, cultural e religioso de nossos dias, há quem advogue a teoria de que ainda hoje qualquer pessoa pode ser batizada e ser aceita como membro da Igreja Adventista depois de ouvir um só sermão (como o que foi pregado por Pedro no Pentecostes, Atos 2), ou de receber um só estudo bíblico (como o que foi dado por Filipe ao eunuco, Atos 8:26-40), ou mesmo de ouvir um só hino (como o que foi cantado por Paulo e Silas na prisão, Atos 16:16-34). Para os adeptos desse novo modelo existencialista, qualquer pessoa que professe um relacionamento subjetivo com Cristo pode ser membro da igreja, independente dessa pessoa aceitar ou não os ensinos doutrinários de Cristo.
Séries de estudos bíblicos que quase não usam mais a Bíblia têm deixado os novos membros vulneráveis no seu conhecimento da Palavra. Sem chegarem a nutrir um genuíno amor pela verdade bíblica e sem terem compreendido a natureza profética do movimento adventista, muitos desses membros vêem a Igreja Adventista apenas como mais uma denominação evangélica, que se distingue vagamente das demais denominações por ainda crer no sábado e na mortalidade da alma. Não é sem motivo que encontramos hoje muitos ex-adventistas em outras denominações cristãs.
Se o objetivo a ser alcançado é batizar o maior número possível de pessoas, sem preocupações concretas com a sua permanência na igreja, então quanto mais curto e superficial o preparo, mais fácil será convencer pessoas a descerem às águas batismais. Mas, por outro lado, se o objetivo for conseguir o maior número possível de membros que permaneçam na igreja e sejam missionariamente produtivos, então teremos de ensinar-lhes antes do batismo pelo menos os fundamentos de nossa fé.8 Como poderão os novos crentes ensinar a outros a verdade que eles mesmos não aprenderam (Rom. 10:13-15; cf. Ter. 48:10)?
Mas o uso esporádico e superficial das Escrituras não se reflete apenas em sermões e no preparo de candidatos ao batismo. Os programas de jovens de muitas de nossas igreja perderam completamente de vista a centralidade das Escrituras em sua programação. Voltados mais à distração e ao entretenimento, tais programas não oferecem mais oportunidade para que os jovens esclareçam suas dúvidas sobre as doutrinas e o estilo de vida que professamos. O estudo seqüencial da Bíblia, os concursos bíblicos e as gincanas bíblicas são considerados hoje, por muitos, como atividades obsoletas e destituídas de significado. Lamentavelmente, nunca tivemos uma geração de adventistas tão superficial em seu conhecimento bíblico-doutrinário como a atual.
Restaurando a base bíblica de nossa mensagem - Como igreja e como indivíduos precisamos indagar a nós mesmos: É esse tipo de adventismo existencialista que realmente queremos para nós hoje? Não nos inquieta mais o grande número de apostasias de pessoas que nunca foram devidamente alicerçadas na mensagem adventista, e que, não muito depois do seu batismo, deixam as nossas fileiras para se unirem a outras denominações? Não nos preocupa o fato de estarmos hoje bem mais perto dos eventos finais do que as gerações anteriores e, ao mesmo tempo, bem mais doutrinariamente vulneráveis do que elas?
Vivemos hoje, como denominação, num dos momentos mais críticos de nossa história, pois nunca nos deparamos com uma avalanche tão grande de criticas externas e internas como as que têm sido disponibilizadas em nossos dias, especialmente através de livros, artigos e sites na Internet. Se no passado as crises da igreja eram sucessivas e cíclicas, hoje elas reaparecem todas ao mesmo tempo, de forma simultânea e bem mais desafiadora. Como nunca dantes, "todo o vento" de falsas doutrinas está soprando (Efé. 4:14). Por incrível que pareça, um grupo brasileiro de apologetas fundamentalistas chegou mesmo a preparar e publicar uma Bi'bh'a Apologética (2000), com inúmeras notas de rodapé combatendo a interpretação adventista das Escrituras.9 Será que, com a superficialidade doutrinária de hoje, os membros de nossas igrejas ainda conseguirão enfrentar essa avalanche de criticas sutis e sofisticadas levantadas contra nós?
A atual conjuntura tem levado muitos adventistas a indagar até quando continuaremos ouvindo sermões que não levam praticamente a nada e presenciando batismos de pessoas não comprometidas com a fé que professamos. Creio, pessoalmente, que essa problemática só poderá ser revertida se (1) buscarmos insistentemente o equilíbrio entre o relacionamento com Cristo e o compromisso com as Suas doutrinas; (2) voltarmos a estudar a Bíblia para compreender o seu conteúdo doutrinário (à semelhança de Guilherme Miller); (3) não nos envergonharmos mais de pregar os temas fundamentais da fé adventista; (4) prepararmos devidamente as pessoas para o batismo; (5) voltarmos a memorizar passagens bíblicas como os Dez Mandamentos, as bem-aventuranças, as três mensagens angélicas, etc.; e (6) treinarmos nossos membros através de seminários de aprofundamento bíblico.
Como costumo dizer, o meu interesse não está em Cristo sem as Suas doutrinas, e nem nas doutrinas sem Cristo, mas em Cristo com as Suas doutrinas. Em outras palavras, jamais deveríamos transformar o relacionamento com Cristo num substituto às verdades bíblicas, e nem enaltecer as verdades bíblicas em detrimento do relacionamento com Ele. Estamos nos aproximando rapidamente da maior crise entre a verdade e o erro de todos os tempos, e precisamos desesperadamente de um conhecimento mais profundo da "verdade como esta é em Jesus."10
Deveríamos imitar mais de perto o exemplo deixado por Cristo em Seu relacionamento com a verdade. Ellen White afirma: "Em Seus ensinos, Cristo não sermonizava, como fazem os ministros atualmente. Sua tarefa era a de edificar sobre a estrutura da verdade. Ele ajuntou as preciosas pedras da verdade, de que o inimigo se havia apossado e colocado na estrutura do erro, recolocando-as na estrutura da verdade, para que todos os que recebessem a palavra fossem por ela enriquecidos."11
Considerações finais - Creio, particularmente, que a superficialidade doutrinária que enfrentamos hoje é uma das mais importantes estratégias satânicas para deixar-nos despreparados para os eventos finais, sem condições de expormos, de forma convincente, a base bíblica de nossas doutrinas. Se a sacudidura virá pela "introdução de falsas teorias" doutrinárias12, creio que muitos acabarão deixando a fé adventista por não haverem construído a sua religião sobre o inamovível fundamento da Palavra de Deus (ver Mat. 7:24-27; Isa. 40:8; João 17:17).
O Espírito de Profecia nos adverte:
"A luz que me foi dada tem acentuado realmente que muitos hão sair de nosso meio, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios. O Senhor deseja que toda pessoa que professa crer na verdade tenha um conhecimento inteligente do que seja a verdade. Levantar-se-ão falsos profetas e enganarão a muitos. Será sacudido tudo quanto possa ser sacudido. Não cumpre então a cada um compreender as razões de nossa fé? Em lugar de haver tantos sermões, deve haver mais aprimorado estudo da Palavra de Deus, abrindo as Escrituras texto por texto, e procurando as fortes evidências que apóiam as doutrinas fundamentais que nos trouxeram ao ponto em que nos encontramos hoje, sobre a plataforma da verdade eterna."13
Referências
- E. G. White, Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 206.
- Citado por Ellen G. White, Spiritual Gifts (Batlle Creek, Ml: James White, 1860), vol. 2, pág. 117.
- O. Corliss, "The Experiences of Former Days - Nº 8", Advent Review and Sabbath Herald, 15 de setembro de 1904, pág. 9.
- Obituário na Revista Adventista, janeiro de 1985, pág. 23.
- Obituário na Revista Adventista, setembro de 1980, pág. 21.
- Ver Cláudio Belz, "Uma brasileira em Jerusalém", Revista Adventista, novembro de 1958, págs. 26 e 27; D. Peixoto da Silva "II Concurso lnternacional da Bíblia", Revista Adventista, janeiro de 1962, pág. 21; Sérgio Cavalieri Fº. "Adventista vence 3º Concurso Nacional da Bíblia", Revista Adventista, janeiro de 1965, págs. 8 e 9; Carlos A. Trezza, "Os ganhadores de Concursos Bíblicos", O Atalaia, março de 1967, pág. 5; E. & E. Köhler, "Vence outra vez o Povo da Bíblia", Revista Adventista, dezembro de 1971, págs. 3 e 4; Chico Bíblia vence concurso nacional", Revista Adventista, setembro de 1981, págs 17 e 26.
- Ver José Alfredo Torres, "Concurso Internacional da Bíblia", Revista Adventista, janeiro de 1959, págs. 27 e 28; "Concurso loternacional da Bíblia", Revista Adventista, fevereiro de 1962, pág. 31; Richard H. Utt, A Century of Miracles (Mountain View, CA: Pacific Press, 1963), págs. 122-125; Yolanda Anversa da Silva, "Relembrando Grandes Concursos Bíblicos", Revista Adventista, fevereiro de 1971, pág. 18; "'Chico Bíblia' quase venceu", Revista Adventista, outubro de 1991, págs. 28 e 29.
- Ver E. G. White, Evangelismo, págs. 306-309.
- Bíblia Apologética (São Paulo: ICP Editora, 2000).
- E. G. White, Testemunhos Para Ministros, pág. 93.
- ldem, Evangelismo, pág. 57.
- Idem, Testemunhos Para Ministros, pág. 112.
- ldem, Evangelismo, págs. 363 e 364.
Alberto R. Timm, Ph.D., é professor de Teologia Histórica na UNASP - Campus 2, e diretor do Centro de Pesquisas Ellen G. White (Brasil).
Fonte: Casa Publicadora Brasileira - Revista Adventista, junho de 2001, págs. 14-16.
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APÊNDICE E - O DEUS DA FAMÍLIA
I Pedro 3: 3 a 7
Em Roma, os deuses eram os antepassados, a mulher teria que passar a adorar o deus da família. Num filme recente, O Gladiador, ele adorava sua esposa, filho e pais que haviam morrido. Fazia boneco de chumbo para adorar. Criam que os antepassados os protegeriam. Os índios norte-americanos também tinham esta espécie de crença. É uma espécie de espiritismo, pois crêem numa vida após a morte e a interferência dos mortos nas coisas deste mundo.
Abrindo um parêntesis: O que Deus diz sobre os mortos? Eclesiastes 95-6 e 10.
No casamento, a mulher era transportada no colo do marido para dentro da casa. Não podia encostar os pés nos portais da porta e só pisava no chão sagrado da sala depois que era aceita pelos familiares e aceitava adorar os antepassados daquela família. A família era mais do que é hoje, era uma religião da qual não se poderia sair.
Hoje perdura o costume do noivo levar a noiva no colo para dentro da casa deles. Poucos sabem a origem disso.
Por favor jovens, não vão deixar de levar a esposa no colo porque no passado era feito com essa finalidade.
A história do casamento é tão antiga quanto a origem do ser humano. Deus já havia declarado que não era bom que o homem estivesse só. Esta foi a única coisa que Deus viu que não era boa na criação.
Gen. 2:21 a 25 Deus criou Eva da costela de Adão. Foi uma espécie de clone? Estaria Deus ali criando a possibilidade do homem vir a fazer outro homem através do DNA? Foram feitos do mesmo DNA, da mesma criação anterior. Deus moldou Eva. Depois que Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo Deus não criou mais nada. Apenas interferiu para impedir injustiças. Mas só interferiu por causa do pecado. Se não houvesse pecado Deus não interferiria. A grande lição é que só o pecado impede que sejam um só. Uma só carne. Deus criou na sexta-feira da criação o casamento. Somente na Nova Terra é que Deus recriará o nosso mundo. “ E vi novo Céu e nova Terra...” Disse João.
A criação tem muitas curiosidades: Uma delas é que quem pecou não se chamava Eva, mas Varoa (Gen. 2: 23). Quem foi expulsa do Jardim do Édem não se chamava Varoa, mas Eva (Gen. 3:20).
Assisti a dois Casamentos de duas irmãs com dois pastores ao mesmo tempo. Um disse, Eu vos declaro: Marido e mulher. O outro pastor ao lado gritou em seguida: Eu vos declaro: Marido e esposa.
Tem muito significado nisso. Mulher ou esposa? O sentido pode ser muito diferente na forma com que se encare o casamento.
Insisto nisso, pois eu sei que casamento que não vai bem é porque a religiosidade não vai bem e ninguém vai oferecer um culto de gratidão a Deus por um casamento que não vai bem.
Ellen G. White disse (Pode-se dizer também que o Espírito de Profecia disse): Cito alguns textos sobre o assunto:
“Se homens e mulheres têm o hábito de orar duas vezes ao dia antes de pensar no casamento, devem fazê-lo quatro vezes quando pensam em dar esse passo. O casamento é uma coisa que influenciará e afetará sua vida, tanto neste mundo como no porvir. O cristão sincero não avançará os seus planos nesta direção sem ter o conhecimento de que Deus aprova seu proceder”. Mensagens aos Jovens, pág. 460.
“Se há qualquer assunto que deveria ser considerado com calma reflexão e juízo desapaixonado, é este o assunto do casamento. Se há tempo em que se necessita da Bíblia como uma conselheira, é antes de dar um passo que ligue pessoas por toda a vida”. Fundamentos da Educação Cristã, pág. 103.
“Instituído por Deus, o casamento é uma ordenança sagrada, e nunca se deve entrar nele com espírito de egoísmo. Aqueles que pensam em dar esse passo, devem considerar-lhe solenemente e com oração a importância, e buscar conselho divino a fim de saberem se estão seguindo uma direção em harmonia com a vontade de Deus. A instrução dada na Palavra de Deus a esse respeito deve ser cuidadosamente considerada. O Céu contempla com prazer o casamento formado com sincero desejo de conformar-se com as direções dadas na Escritura”. O Lar Adventista, pág. 70.
Mas qual o segredo? É fazer como os romanos, mas adorando o Deus Criador, o único digno de adoração. Elegendo o Deus da Família. Convidando Jesus Cristo para sempre estar presente no meio da família.
I Cor. 15: 19= “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.”
Se o nosso casamento é apenas para durar enquanto se vive aqui neste mundo, somos os mais infelizes de todos os homens. Foi isso que Paulo também queria dizer.
Os jovens pensam que quando se casam, casam-se com um corpo, quando a verdade é que quem casa, casa com um caráter, que mais cedo ou mais tarde irá se revelar.
Encerrar com o mesmo texto do início: I Pedro 3: 3 a 7
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APÊNDICE F: TEMA DE DIFÍCIL DESENVOLVIMENTO.
O DÍZIMO
1- Fiz um sermão direto sobre o dízimo. Mas bem pequeno. Encerrei e expliquei que aquele sermão fora feito por meu pai na década de setenta. Expus a importância daquele sermão com a seguinte história verídica.
Uma história verdadeira:
O meu primeiro contacto com a IASD foi através do Programa de rádio A Voz da Profecia, na voz do saudoso Pastor Roberto Rabelo. Durante vinte anos meu pai ouviu a Voz da Profecia. Nós procuramos a Igreja em Nova Iguaçu, mas como a maioria de nossas igrejas, ninguém sabia onde havia uma. Um dia um colportor “bateu” em nossa casa. Vendeu para meu pai o livro Nutrição e Vigor. Meu pai oferecera cigarro e café, o que foi prontamente recusado pelo colportor. Essa recusa fez meu pai desconfiar que era um adventista. Identificado, fomos conhecer, num sábado, a Igreja de Jardim da Prata, em Nova Iguaçu (RJ). Era uma igreja simples, de poucos membros, mas fomos muito bem recebidos. Sem explicações, meu pai resolveu voltar a freqüentar a igreja Católica, que naquela época estava tendo mudanças e não defendia tanto a adoração de imagens, coisa que meu pai aprendera na Bíblia que não podia ser feito. Nós, uma família de seis irmãos, mais meu pai e minha mãe, éramos católicos que não ajoelhávamos diante de uma imagem. Fizemos a primeira comunhão e ingressamos firmes no catolicismo. Um dia, durante uma missa, alguém puxou o cântico da “ave Maria”, nesse momento o Espírito Santo de Deus atuou firme no coração de meu pai. Ele chorou e se converteu em plena missa católica. Saímos da igreja católica com meu pai dizendo que a igreja Adventista do Sétimo Dia era a Igreja de Deus na Terra. Hoje eu compreendo porque não localizamos a Igreja de Deus imediatamente. Não teríamos suportado uma série de adultérios e furtos que ocorrera. Teria sido um escândalo para recém-batizados. Deus nos afastou e nos chamou na hora certa.
Passados alguns meses, meu pai se tornou tesoureiro da igreja, entre outros cargos. A igreja fora esvaziada pelos escândalos. Havia sido até cogitado na Associação o fechamento da igreja e a venda do terreno. Um dia, sentiu vontade de pregar sobre o dízimo. Havia um irmão que não era convidado a pregar porque sempre contava uma história do pastor que roubou o dízimo. Esse irmão parara de dar o dízimo. Era um sábado de manhã. No sábado à tarde, meu pai recebeu o dízimo do irmão Germino das mãos de uma de suas filhas. No domingo à tarde o irmão Germino faleceu. Foi a última oportunidade dele de acertar a sua vida com Deus.
2 – Esse foi o clima e a importância de falar sobre o dízimo naquela manhã de sábado. Mas tudo aconteceu porque meu pai falou com amor. Introduzi nesse ponto um estudo bíblico das principais passagens sobre o relacionamento na Igreja, especialmente Mateus 18:15 a 17. O foco sobre o dízimo foi mudado, mas a mensagem foi dada.
3 - Apelo final.
A história do irmão Germino não está escrita em livro nenhum desta Terra, exceto aqui e, sem dúvidas, no Livro da Vida. Deus está convidando você hoje para uma entrega total de sua vida. Deixe Jesus dirigir a sua vida e escrever o teu nome no Livro da Vida.
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TRANSCRIÇÃO – O GRANDE CONFLITO PÁG. 218 E 219:
“Não repugnando ao monarca pôr em contraste a força e agudeza dos campeões rivais, e contente com a oportunidade de humilhar o orgulho dos altivos monges, mandou aos romanistas que defendessem sua causa pela Escritura Sagrada. Esta arma, bem o sabiam, pouco lhes adiantaria; a prisão, a tortura e a fogueira eram as armas que melhor sabiam manejar. Agora a situação estava invertida, e viam-se prestes a cair no fosso em que haviam esperado submergir Berquin. Perplexos, procuravam em torno um meio de escape.
“Exatamente por este tempo uma imagem da Virgem apareceu mutilada na esquina de uma das ruas.” Houve grande agitação na cidade. Multidões de pessoas se ajuntaram no local, com expressões de lamento e indignação. O rei também ficou profundamente abalado. Ali estava uma circunstância de que os monges se poderiam valer, e apressaram-se em aproveitar-se dela. “São estes os frutos das doutrinas de Berquin”, exclamavam. “Tudo está a ponto de ser subvertido – religião, leis, o próprio trono – por esta conspiração luterana.” – Wylie.
De novo foi preso Berquin. O rei saiu de Paris, e os monges ficaram assim livres para agir à vontade. O reformador foi julgado e condenado à morte; e receosos de que Francisco mesmo então se interpusesse para salvá-lo, a sentença foi executada no próprio dia em que fora pronunciada. Ao meio-dia
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Berquin foi conduzido ao lugar fatal. Imensa multidão se reunira para testemunhar o acontecimento, e ali estavam muitos que viram com espanto e temor, que a vítima fora escolhida dentre as melhores, mais valorosas e nobres famílias da França. Espanto, ira, escárnio e ódio figadal entenebreciam o rosto daquela multidão agitada; mas sobre um único semblante nenhuma sombra pairava. Os pensamentos do mártir estavam longe daquela cena de tumulto; estava cônscio apenas da presença de seu Senhor.
O hediondo carro enlameado em que ia, o rosto carregado de seus perseguidores, a morte terrível para a qual caminhava, não os tomava ele em consideração; estava a seu lado Aquele que vive e foi morto, e vivo estará para sempre, e tem as chaves da morte e do inferno. O semblante de Berquin estava radiante com a luz e paz do Céu. Vestira trajes festivos, usando “uma capa de veludo, um gibão de cetim e damasco, e meias douradas”. – História da Reforma no Tempo de Calvino, D’Aubigné. Ele estava para testificar de sua fé na presença do Rei dos reis, e do Universo, que assistia à cena; e nenhum sinal de lamento lhe devia empanar a alegria.
Enquanto o cortejo se movia vagarosamente através das ruas regurgitantes de gente, este notava com admiração a imperturbável paz, o alegre triunfo que trazia no olhar e porte. “Ele está”, diziam, “como alguém que se senta num templo e medita sobre coisas santas.” – Wylie.
Junto à fogueira, Berquin esforçou-se por dirigir algumas palavras ao povo; mas os monges, temendo o resultado, começaram a gritar, e os soldados a chocar as armas, e o rumor abafou a voz do mártir. Assim, em 1529, a mais alta autoridade literária e eclesiástica da culta Paris, “deu à populaça de 1793 o indigno exemplo de sufocar na forca as palavras sagradas do moribundo”. – Wylie.
Berquin foi estrangulado, e seu corpo consumido nas chamas. As notícias de sua morte causaram tristeza aos amigos da Reforma por toda a França. Mas seu exemplo não foi
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em vão. “Estamos também prontos”, disseram as testemunhas da verdade, “para enfrentar com ânimo a morte, pondo nossos olhos na vida por vir.” – História da Reforma no Tempo de Calvino, D’Aubigné.
MAS LEMBRE-SE, SEMPRE e SEMPRE: Todo Pregador deve ter um encontro com Jesus antes de pregar e deverá sempre pregar, como alguém que teve um encontro com Jesus.
Douglas Borges Dias de Souza